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MONITORAMENTO

Campanha de proteção das aves piru-piru acontece no litoral sul de São Paulo

Aves fazem ninhos nas praias de Peruíbe, Itanhaém e Ilha Comprida. Objetivo é monitorar a espécie e saber o número dessas aves

22 de dezembro de 2024
Nayara Martins
3 min. de leitura
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Equipe realiza ações para saber o tamanho e as tendências do piru-pirunas praias do litoral sul. Foto: Davi Pasqualetti/Divulgação

Implementar um programa comunitário de monitoramento das aves piru-pirue a capacitação das comunidades para preservar as espécies. Esse é um dos objetivos do Projeto Aves Límicolas que está realizando uma campanha nas praias de Itanhaém, Peruíbe e Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo, onde as aves fazem os seus ninhos.

O biólogo e ornitólogo Bruno Lima, do projeto, explica que entre os objetivos estão realizar um monitoramento dessa espécie, por meio de marcação com anilhas coloridas e metálicas com códigos do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave).

Além de gerar informações atualizadas sobre o tamanho e as tendências dessas aves e, ainda, registrar seus movimentos e como elas utilizam as praias.

As aves limícolas são as que se alimentam de bichinhos que vivem no limo e andam pela beira mar, manguezais e margens dos rios em busca de insetos, minhocas e outros. Algumas se criam no polo norte e no inverno migram para a América do Sul. Outras como o piru-piru e o quero-quero não migram.

Bruno esclarece que a equipe está atuando nas praias das cidades de Peruíbe, Itanhaém e Ilha Comprida, que são os principais locais de reprodução do piru-piru no estado de São Paulo.

“Começamos as campanhas de anilhamento e de reprodução no mês de setembro, mas será um estudo de longo prazo”, frisa.

O projeto ainda não sabe informar o número de dessas aves nas praias do litoral sul de São Paulo.

“Vamos descobrir esse número com a campanha. Quando tivermos anilhado um número suficiente de indivíduos é quando a população entra em ação, por meio da ciência-cidadã, ou seja, as pessoas podem informar onde encontraram as aves anilhadas”, completa.

A ideia é saber não somente o número dessa espécie como também por onde eles se deslocam no litoral paulista.

Ações de conscientização

A equipe está fazendo um trabalho de conscientização e explicando às pessoas o motivo de não levar os seus cães às praias. “Os cães costumam, por instinto,perseguir ou atacar os filhotes das aves”, explica.

Durante as ações, eles entregam material educativo, coleiras e mostram as aves com binóculos.

Outra ação importante tem sido a demarcação das áreas onde estão os ninhos para que ninguém pise nos ovos e nos filhotes.

“Eles ficam camuflados na areia da praias e é realmente muito difícil enxergar os filhotes”, salienta.

A prefeitura de Ilha Comprida tem ajudado ao realizar o fechamento de algumas vias de acesso de veículos não autorizados à praia. “Já perdemos ninhos para os veículos 4×4”.

Segundo Bruno, a maioria das populações de aves limícolas está declinando de forma muito rápida. Apesar de o piru-piru ainda ser comum no sul do Brasil, encontra-se ameaçado de extinção no Estado de São Paulo.

“Aqui quase não há praias tranquilas para eles criarem os filhotes”.

Apoio

O projeto Aves Limícolas é aprovado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) e tem o apoio financeiro de duas ONG´s internacionais – a Wader Quest e a Manonet.
Também conta com o apoio da Biosensu Consultoria Ambiental e o Instituto Ambiecco.

As prefeituras de Peruíbe e de Ilha Comprida têm apoiado com serviços de proteção das áreas de reprodução das aves.

Fonte: Diário do Litoral

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