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SOROCABA (SP)

Câmeras em pet shops aumentam segurança de animais durante atendimento

A lei está em vigor em Sorocaba (SP) desde de junho de 2021. As câmeras devem ser instaladas de forma que os clientes consigam acompanhar todos os procedimentos feitos nos animais

5 de novembro de 2021
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Câmeras instaladas em pet shops aumentam segurança de animais e funcionários
Câmeras instaladas em pet shops aumentam segurança de animais e funcionários — Foto: Divulgação

O momento de levar os animais ao médico ou para tomar banho e tosar às vezes pode ser preocupante, tanto para a família quanto para o próprio animal. Isso porque são vários os casos de acidentes e até de mortes durante estes procedimentos.

O uso de câmeras em estabelecimentos como pet shops e clínicas veterinárias pode diminuir o risco de maus-tratos aos animais durante o atendimento. A medida de prevenção é lei em diversas cidades, incluindo Sorocaba, no interior paulista.

A lei está em vigor desde de junho de 2021. As câmeras devem ser instaladas de forma que os clientes consigam acompanhar todos os procedimentos realizados nos animais.

Há alguns anos, Joaquim, um cão da raça shit-tzu, foi para o banho e tosa em Sorocaba e retornou com um ferimento. Seu tutor, Jonathan Machado, contou ao portal G1 que notou que o cão estava quieto quando voltou para casa do pet shop.

Ao perceber o ferimento, a família entrou em contato com o estabelecimento, que informou que não havia acontecido nada de errado durante o atendimento.

“Quem atendeu o telefone foi a dona e, de pronto, ela já afirmou que nada havia acontecido. Levamos o Joaquim até o veterinário e começamos a tratar o machucado. Agora ele está bem, mas acabou perdendo o testículo esquerdo por causa disso. Tomamos um susto, nos preocupamos, gastamos mais dinheiro”, contou.

Para Jonathan, a obrigatoriedade das câmeras contribui para que casos como o de Joaquim não aconteçam com frequência. “Acredito que vá ajudar bastante. Se tivesse uma câmera quando eu passei por isso, poderíamos ter buscado as imagens e teríamos visto o que realmente aconteceu”, afirmou Jonathan.

Capacitação e prevenção

Mesmo com a implantação da lei, é necessário capacitar os profissionais para evitar que casos como esse aconteçam. Para Nathália Espinosa, diretora da Escola de Estética Animal, em Sorocaba, acidentes podem ser evitados se o profissional estiver bem preparado e capacitado para o serviço.

“Para evitarmos esses problemas, precisamos saber como trabalhar o manejo correto dos animais. Preciso saber como manusear o corpinho do animal para não causar uma fratura ou outro tipo de problema. Ele pode deslocar o joelho, às vezes fazer um corte na hora da tosa”, explica.

Além das práticas de manuseio, um conhecimento sobre psicologia canina pode ajudar a prevenir acidentes.

“O profissional precisa saber como o cão pensa e, assim, determinar qual a melhor maneira de lidar com esse comportamento. Às vezes o cão fica muito estressado ou até agressivo. Vale ressaltar que o funcionário também não é obrigado a fazer o procedimento uma vez que também é um risco para ele mesmo”, diz.

Prós e contras

Nathália acredita que a implantação de um sistema de monitoramento possa ajudar a separar o acidente de uma possível negligência do pet shop, mas que ainda há alguns pontos negativos na decisão.

“Estou há 12 anos trabalhando com animais domésticos e vejo duas situações: a negligência do profissional ou acidentes mesmo. Tenho certeza que nenhum profissional quer machucar o animal. Já aconteceu comigo e a gente se sente muito mal, mas a câmera pode ajudar a identificar esses dois casos”, afirma.

Também há uma outra situação na qual as câmeras protegem os próprios profissionais do segmento de pet shop e tosadores. “Às vezes os donos acusam esses profissionais e, em alguns casos, não aconteceu nada”, diz Nathalia.

Apesar dos pontos positivos, o custo do equipamento pode ser uma dificuldade para os donos de pet shops.

“Sabemos que grande parte é Micro Empreendedor Individual (MEI). Fazendo as contas, o investimento em quatro câmeras sai em torno de R$ 2,5 mil. Eles pedem que as informações sejam armazenadas por 90 dias, o que aumenta ainda mais o custo, porque tem que ter o espaço de armazenamento”, completa.

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