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Câmara de Belo Horizonte (MG) discute a situação das capivaras da Lagoa da Pampulha

18 de setembro de 2013
3 min. de leitura
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Foto: Gustavo Andrade
Foto: Gustavo Andrade

As capivaras na orla da lagoa da Pampulha foram tema de audiência pública realizada na noite desta segunda (16), pela Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Animais. Em função da expansão da malha urbana e da destruição do habitat natural da espécie, os animais têm se tornado cada vez mais numerosos no entorno da represa, o que preocupa ambientalistas e o poder público.

As capivaras estariam comendo plantas de jardins planejados por Burle Marx, que fazem parte do complexo histórico e arquitetônico da Pampulha. Outro problema seria o risco de acidentes, já que muito vezes os bandos atravessam a via pública em busca de alimento, inclusive no período noturno. Faltam números concretos, mas estima-se que pelo menos 150 capivaras vivam na represa.

Plano de manejo
O vice-prefeito de Belo Horizonte e Secretário Municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, afirmou que a PBH tem planos para o lançamento de editais focados na realização de estudo para resolver o problema. A proposta, no primeiro momento, seria a abertura de licitação para contratar a elaboração de um plano de manejo dos animais. Na sequência, outra licitação permitiria a seleção de empresa para executar a proposta.

O objetivo do manejo, segundo Malheiros, seria dar uma destinação ética para os animais, garantindo plenamente os seus direitos e, ao mesmo tempo, resguardando a saúde do cidadão. A hipótese de matança, afirmou o secretário, está descartada. No entanto, pode ser que parte da população de capivaras tenha que deixar a Pampulha e ser encaminhadas para parques em outras partes do estado ou do Brasil.

Fica Capivara
Adriana Araújo, do Movimento Mineiro pela Defesa Animal, se disse favorável à permanência dos animais na lagoa. Ela defende a microchipagem e castração dos animais, além do cercamento dos jardins de Burle Marx, como forma de evitar os danos ao patrimônio público.

Alguns veterinários e ambientalistas, no entanto, se mostraram críticos em face da proposta de permanência dos roedores na lagoa. Segundo eles, as capivaras estariam sofrendo maus-tratos por parte da população e haveria, inclusive, a denúncia de que um animal fora morto a tiros no local. A poluição da água, além disso, diminuiria a qualidade de vida do animal, assim como a fome causada pela pequena a oferta de gramíneas na beira da lagoa. Segundo os especialistas, é justamente a falta de comida que faz com que os animais se alimentem de plantas de jardim, já que estas não fazem parte de sua dieta preferencial, composta por milho, aveia e capim.

Novos debates
Para o vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), autor do requerimento para a realização da audiência pública, a solução para o problema passa pela realização dos estudos técnicos propostos pela Secretaria de Meio Ambiente. De acordo com ele, somente pesquisas mais aprofundadas a respeito da efetiva situação das capivaras e do ecossistema do entorno vai permitir a adequada tomada de decisões, no tocante ao manejo dos animais e à plena preservação de seus direitos.

Fonte: Câmara Municipal de Belo Horizonte

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