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DESCONFORTO

Calor aumenta incidência de animais silvestres na área urbana

13 de janeiro de 2024
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Na tarde da última quinta-feira (4), uma moradora de Toledo avistou uma cobra enquanto passeava pelo Parque do Povo Luiz Cláudio Hoffmann. Acompanhada das duas filhas, a mulher fez um vídeo do animal que rastejava em uma das vias do parque. Na gravação, a moradora ainda enfatizou para as filhas que a cobra estava em seu habitat.

Com uma ampla área verde e muitos espaços para a prática de atividades físicas e de lazer, a presença desses animais no Parque pode ser comum. E com as altas temperaturas do verão, aumenta a incidência de animais silvestres nas áreas urbanas, principalmente nas residências próximas as áreas verdes. E para garantir a segurança de todos, é importante seguir as orientações dos órgãos responsáveis.

A Coordenadoria Municipal de Defesa e Proteção Animal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente orienta, neste caso, que a população não interfira no caminho desses animais silvestres. Deve-se sinalizar para as pessoas próximas também fazerem o mesmo, para que o animal siga para seu destino pois está em uma área de vegetação de preservação restrita.

“A maioria das espécies de cobras que temos aqui não são peçonhentas. Mas só especialistas sabem, então não se aproxime. Neste caso, pode ser tirada uma foto (para ajudar na identificação) e acionado o Corpo de Bombeiros (se for lugar de frequência de pessoas). Temos que buscar viver em harmonia, avaliando sempre com cautela e sabedoria a melhor opção em cada situação”.

Visitas – O especialista em ecologia de água doce e mestre em Recursos Pesqueiros, da Regional de Toledo do Instituto Água e Terra (IAT), Taciano Cesar Freire Maranhão, explica que no período de verão a maioria dos animais, em geral, busca alimentação disponível pela floração de plantas frutíferas e normalmente, coincide com os acasalamentos e reprodução. Por isso, se torna comum o aparecimento de animais silvestres nas áreas urbanas neste período.

Na região de Toledo, ele cita que duas categorias são mais comuns: as aves (corujas e gaviões e pombas) e os animais de pelo como os gambás que são mamíferos marsupial. “Esses animais se destacam por ter um corpo maciço, focinho alongado, membros curtos, orelhas desenvolvidas e uma cauda preênsil, semelhante ao corpo de um roedor. Os gambás são animais solitários, arborícolas ou terrestres e de hábitos noturnos e são onívoros e alimentam-se por exemplo, de ovos, frutos e pequenos animais”, pontua ao citar outros animais como o repteis – lagartos e cobras – que precisam de sol para manter a temperatura do corpo.

Orientação – Além dos gambás, lagartos e cobras outros exemplos de animais silvestres são: capivara, cascavel, cervo, coruja, cutia, jabuti, jacaré, javali, macaco, paca, papagaio, sagui, tamanduá, tatu, onça e tucano. A Coordenadoria Municipal de Defesa e Proteção Animal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente também enfatiza para observar a distância ao se deparar com um animal silvestre na área urbana.

“Não atrapalhe o trajeto para que ele, naturalmente, se desloque para seu destino. A maioria dos animais só está de passagem. Mas caso ele esteja ferido, ligue para o IAT. Se for peçonhento (cobras) ou estiver colocando alguém em risco (onças por exemplo) ligue para o Corpo de Bombeiros. Dúvidas pode ligar para a SMMA ou IAT para orientações. A captura do animal pelos órgãos ambientais, deve ser a última alternativa. Pois é sempre uma ação de risco, tanto para o animal, quanto para as pessoas”.

Nos casos que envolvam fauna peçonhenta, fauna relacionada com zoonoses ou que apresentem especial relevância para a saúde pública, a recomendação é acionar também a Secretaria Municipal de Saúde, órgão que fará a coleta, identificação, transporte e destinação deste tipo de fauna. Taciano lembra que todos animais silvestres em geral podem transmitir doenças, sejam parasitárias ou viróticas. Um exemplo é a transmissão da raiva.

Proteção – A fauna silvestre é de grande importância para o equilíbrio do ecossistema. Proteger animais que vivem livres na natureza representa promover qualidade de vida. Taciano Cesar Freire Maranhão enfatiza que todos os animais têm importância ecológica e ambiental. “Os gambás, por exemplo, são ótimos controladores de escorpiões, ratos, baratas. Em geral cada animal, independente da espécie, tem importância ecológica, medicinal e controlador de pragas. Fazem parte da vida humana, diretamente ou não”.

Fonte: Jornal do Oeste

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