A Califórnia, nos Estados Unidos, aprovou uma lei que proíbe a onicectomia, procedimento que remove as garras dos gatos — prática cruel que há décadas causa sofrimento a inúmeros felinos sob justificativas de “comodidade”.
A nova legislação, sancionada nesta semana, impede que clínicas e profissionais veterinários realizem o corte cirúrgico das garras, uma operação que consiste na amputação da última falange de cada dedo. Embora muitos tutores optassem por essa intervenção para evitar arranhões em móveis, o procedimento é uma forma de mutilação que provoca dor intensa, inflamações, alterações de equilíbrio e traumas permanentes.
Especialistas afirmam que a retirada das garras não é comparável a apará-las — trata-se de uma amputação óssea dolorosa, equivalente a cortar a ponta dos dedos de um humano. Além das sequelas físicas, os gatos submetidos à onicectomia costumam apresentar mudanças comportamentais associadas à dor crônica, como agressividade, medo e dificuldade para usar caixas de areia.
Com a nova lei, a Califórnia se junta a estados e cidades que já haviam vetado a prática, como Nova York, Maryland, Denver e Austin. A medida é vista por organizações de defesa animal como uma vitória ética e científica, que reforça a responsabilidade da medicina veterinária em proteger — e não mutilar — os animais sob seus cuidados.
A proibição também prevê penalidades disciplinares e administrativas para profissionais que desrespeitarem a norma, exceto em raros casos médicos em que a amputação seja comprovadamente necessária para preservar a saúde do gato.
A decisão é mais um avanço em direção ao reconhecimento de que os animais têm direito à integridade física e emocional. Em vez de alterar o corpo de um ser vivo por conveniência, a sociedade é chamada a repensar suas atitudes e a criar ambientes compatíveis com o comportamento natural dos gatos — seres sensíveis, independentes e dignos de respeito.
Informações de: SFGate