O Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, ganhou uma espécie de “mascote” neste fim de semana. Um cágado foi levado ao Parque Mauricio Sirotsky Sobrinho, na Região Central da cidade, onde é realizada a edição extraordinária do evento durante a Copa do Mundo. O animal pôs ovos em um piquete e foi temporariamente adotado por um dos anfitriões.
Há dois dias, seguranças do evento encontraram o animal no asfalto, nas proximidades do parque. Eles informaram o proprietário do Piquete do Biguá, que havia construído um pequeno lago na área externa do galpão, para fazer uma “brincadeira” para as crianças. Ao final, Luis Antonio Silva, de 48 anos, ganhou uma nova hóspede.
“É a primeira vez que faço esse laguinho improvisado aqui, e me acontece dessas”, diz, aos risos, o sargento do Corpo de Bombeiros, que inicialmente pensou tratar-se de uma tartaruga. Isso porque as diferenças entre as espécies são muito sutis: os cágados possuem casco mais achatado e o pescoço mais longo. “É possível perceber pelas características morfológicas, relacionadas ao formato do corpo, e pelo habitat”, explica o médico veterinário Sérgio Luiz Bone Filho.
O cágado pôs 15 ovos de cor creme, que foram enterrados no solo em um pequeno espaço ao lado do lago. Para o sargento do Corpo de Bombeiros, que há 20 anos se instala no Acampamento Farroupilha em setembro, foi a primeira surpresa do tipo.
“O Biguá, que dá nome ao nosso piquete, é um pássaro que nada. Por isso também criamos o laguinho aqui. Mas acho que nosso piquete atrai animais. Tem um João de Barro criando um ninho ali na árvore”, aponta.
A filha Sofia, de 2 anos, se encantou com a chegada do cágado ao galpão da família. “Ela é bonita”, comenta a menina, ao tentar se aproximar do réptil, mas sem se atrever a tocar no animal.
O lago, de aproximadamente 2m de largura, está cercado com estacas de madeira. Era para ser uma espécie de “playground gaudério”. Para manter a água em circulação, evitando a atração de mosquitos e outros insetos indesejados, foram instalados filtros produzidos com garrafas pet. Nelas, foram colocadas mangueiras, por onde passa a água. “Era para ser uma brincadeira, íamos fazer tipo uma pescaria para as crianças”, explica o bombeiro.
O animal ainda não tem nome. A família sugeriu uma enquete para batizar o réptil do Acampamento Farroupilha. “Mas tem que ser um nome gaudério”, adianta.
O futuro do cágado, porém, é incerto. “Não posso ficar com ela, porque ela é da fauna”, justifica o sargento, que pretende alertar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) sobre a situação do animal.
Fonte: G1