A polícia de Ocean View (Cidade do Cabo) na África do Sul, luta constantemente contra as rinhas de cães ilegais.
Nas ruas da cidade, pit bulls e outros cães estão por toda a parte. Nenhum de seus tutores – a maioria jovens entre 20 e 35 anos – quis se identificar para a reportagem da AFP.
Apesar do cerco da polícia, algumas rinhas acontecem em um “ringue” que pode ser montado tanto em um apartamento, quanto no alto de um morro, “na floresta”.
“Pagam informantes que dão dicas das lutas que estão sendo preparadas”, diz um homem que costuma assistir as práticas ilegais.
É preciso se isolar, porque “um cão chora”, faz barulho, explica um jovem que assiste a essas rinhas mortais.
Uma briga pode render “entre 5 mil e 20 mil rands (de 300 a 1.200 euros)”, diz o tutor de um cachorro, que desistiu dessa atividade perigosa.
“Os tutores acertam a data com pelo menos oito meses de antecedência e, nesse período, treinam seus cães”, relata.
As rinhas mais terríveis podem durar “entre 40 minutos e três horas, e terminar na morte de um” dos animais.
Para além desta atividade ilícita e clandestina, a criação de cachorro se tornou uma questão de prestígio social em Ocean View, e eles protegem contra roubo, ou outras situações desagradáveis.
“Meu cachorro é o mais forte!”, diz um dos tutores, com orgulho.
“Ninguém vai pular meu muro. Meu cachorro é mau. Muito mau!”, elogia outro.
Animais são capazes de sentir dor, medo e tristeza. Explorar animais para o entretenimento, causando ferimentos, traumas emocionais e até a morte, além de crime, é cruel. Apesar dos esforços da polícia, as rinhas continuam acontecendo ilegalmente, causando danos irreparáveis para esses cães.