Supostos vídeos de maus-tratos contra animais vindo do Centro de Zoonoses de Barra, município do Piauí, circularam nas redes sociais durante a semana. A denúncia foi feita pelo vizinho, segundo o site de notícias “Barras é Notícia”. De acordo com ele, o espaço eletrocutava os animais recolhidos da rua.
O vizinho não quis se identificar, mas divulgou imagens que mostram os supostos aparelhos utilizados na prática. Elivelton Luis, veterinário do local afirmou, em entrevista ao veículo OitoMeia, que os animais são sedados antes de serem eletrocutados.
“Quando iniciamos essa nova gestão, foi uma das primeiras coisas a serem feitas. Antes não faziam a sedação, mas hoje todo animal que vai realizar a eutanásia é sedado antes de ser eletrocutado”, afirma Luis.
Após as declarações, outra pessoa que mora próxima ao Centro de Zoonose assegurou que diariamente o sacrifício acontece e que da sua casa é possível escutar o barulho dos cachorros sofrendo no momento da eletrocussão.
Alisson Landin, delegado da Polícia Civil de Barras, disse ao OitoMeia, que registrou um boletim de ocorrência para apurar os possíveis maus-tratos ocorridos no local. O caso segue sob investigação.
Bruno Lira, delegado de São Paulo conhecido por defender as causas animais, se posicionou nas redes sociais em relação ao acontecimento. Ao postar o vídeo do caso, disse que oficiou à Prefeitura de Barras/Piauí para que medidas administrativas sejam adotadas para investigar e punir os responsáveis.
Através de nota a Prefeitura de Barras, com a direção do Centro de Controle de Zoonoses afirmou que a prática é realizada em animais que testam positivo para calazar ou leishmaniose avançada e que o local obedece a um protocolo legal recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Confira a nota da íntegra
A direção do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem a público esclarecer que, no tocante ao controle do Calazar, o CCZ obedece a um protocolo legal recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, que tem por objetivo evitar que cães que precisam ser sacrificados passem por sofrimentos.
A rotina inclui realização de teste rápido para o calazar. Este dado positivo, a equipe do CCZ juntamente com os agentes de endemias, submetem o cão a um exame mais específico: uma sorologia sanguínea, que é enviada ao LACEN. Dependendo do resultado – positivo ou negativo – e das condições clínicas, o animal pode ser destinado a eutanásia.
No CCZ, a eutanásia é feita, com o animal previamente sedado, anestesiado, através da utilização do pré-anestésico Acepran. Depois com o anestésico Ketamina, composição esta que impossibilita o animal a sentir qualquer dor mínima, como também impede que passe por sofrimento.Nos casos de leishmaniose avançada, o sacrifício é inevitável porque, além dos cães, as pessoas podem ser contaminadas, ficar com sequelas graves e até morrer em decorrência da enfermidade. A propagação precisa ser evitada para proteger a população.