Os dois cães que foram enterrados vivos em Joinville (SC) foram desenterrados do terreno da Secretaria Regional do Costa e Silva ainda na quarta-feira (3) por uma equipe da Prefeitura de Joinville. Um veterinário da Secretaria de Saúde deve colher amostras para fazer exames que apontem a causa da morte dos animais. Depois, os cães serão despejados no aterro sanitário.
De Brasília, o prefeito Carlito Merss pediu rigor e agilidade na apuração do caso. “Se os processos de investigação demonstrarem que houve qualquer infração, os responsáveis serão punidos”, garante o prefeito.
O secretário regional do Costa e Silva, Pedro Campos, acredita na versão que ouviu dos funcionários. “Os cachorros eram tratados aqui mesmo na secretaria. Ninguém teria motivo para fazer alguma crueldade”, defende. Outro cachorro da região, segundo Pedro Campos, teria sido envenenado no mesmo dia em que os cães morreram na secretaria do Costa e Silva.
Vivos ou não, o secretário reconhece que enterrar os animais em um terreno da Prefeitura foi um erro. “Erramos nesse ponto. Alguém deveria ter comunicado a Engepasa para fazer o recolhimento adequado deles”, diz.
A delegada Ana Cláudia Pires decidiu dar início a um procedimento criminal depois de ler a reportagem publicada na quarta-feira. Nenhum boletim de ocorrência havia sido registrado até então. Ela intimou duas testemunhas e também o secretário Pedro Campos. “Quero saber quem operou a patrola e quem ordenou o serviço”, afirma a delegada.
Conforme Ana Cláudia, é possível que a investigação continue com a abertura de um inquérito policial ou resulte em um termo circunstanciado. Até ontem, as principais informações sobre o caso haviam sido apuradas informalmente pela polícia. Mas a delegada não descarta a possibilidade de que alguém seja indiciado.
“É difícil acreditar que dois cães morreriam ao mesmo tempo. Alguma coisa está estranha nessa história. Mesmo se eles já estivessem doentes, acredito que o procedimento deveria ter sido diferente”, afirma. As imagens capturadas pelo circuito interno da Secretaria Regional do Costa e Silva foram encaminhadas para o setor de segurança da Prefeitura.
Ninguém havia se manifestado sobre as filmagens até a noite de ontem. Uma cópia do vídeo pode ser encaminhada à polícia se os investigadores pedirem.
Indignada, a editora Raquel Schiavini, do jornal A Notícia, opina sobre a situação:
Fonte: A Notícia