Por Loren Claire Boppré Canales (da Redação)
Segundo as organizações animalistas, cães estão sendo retirados de quase todas as sedes da Copa América no Chile e não se sabe para onde estão sendo levados. Na reportagem abaixo, do site Prensa Animalista, são apresentados três casos nos quais dezenas de cães abandonados desapareceram: Temuco, Santiago e Valparaíso.
Seis cães que viviam no Estádio Palestino, na comuna de La Cisterna, em Santiago, foram exterminados. Uma fonte de dentro do Estádio chegou a advertir as associações da região para que retirassem os restos mortais dos cães, caso contrário iriam colocá-los no lixo ou seriam triturados por máquinas. Ao ser consultada sobre o destino dos cães mortos e/ou desaparecidos, a mesma fonte disse que o vigilante noturno os enforcava, e a razão alegada é que era preciso fazer uma limpeza de cães por conta da realização da Copa América. Neste momento, a vida dos cães que continuam vivendo no estádio está em perigo, diante de uma morte atroz.
Os outros casos
Sempre nos arredores do estádio, outro desaparecimento massivo de cães: 6 cães que viviam há quase 10 anos nas imediações da Petrogas, no paradeiro 23 da Gran Avenida, também na comuna de La Cisterna, foram exterminados segundo o próprio dono da Petrogas, que já havia ameaçado os animais de morte.
Outra cidade sede do torneio esportivo, Valparaíso, também viveu a penosa experiência do extermínio de cães. No Cerro Concepción e na Praça Aníbal Pinto, lugares emblemáticos para o turismo, testemunhas fotografaram o exato momento em que um veículo municipal recolhia 15 cães que viviam na região e que, inclusive, se encontravam vacinados, identificados e eram supervisionados pelas associações animalistas locais.
Fontes ligadas ao município informaram que foi feita uma ¨limpeza¨ a propósito da Copa América, para mostrar uma boa imagem aos turistas.
Temuco – Extermínio sistemático de cães
Embora seja verdade que a propósito da Copa América o município recolheu cães do centro da cidade para ¨limpar¨ a imagem para os turistas, a prática do extermínio de cães acontece há muito mais tempo.
As organizações animalistas de Temuco estão há anos denunciando a situação no canil municipal , bem como as práticas de recolha e extermínio sistemático de animais abandonados na cidade.
Atualmente o município de Temuco mantém com a Universidad Católica da região e o SEREMI (Secretaria Regional Ministerial da Saúde), um convênio que pretende gerar ações para o controle de populações caninas tendo como objetivo a saúde pública.
O convênio consiste em:
1 – Capturar os cães;
2 – Colocá-los em um canil;
3 – Segundo o decreto municipal vigente, se não são adotáveis, podem ser eliminados.
No decreto municipal para a guarda de animais domésticos, o artigo 13, letra C diz que ¨os animais capturados permanecerão confinados até 10 dias úteis, período no qual serão avaliados por um médico veterinário do Canil Municipal. Esse período de avaliação servirá para determinar se o animal é adotável por um terceiro, se será recolhido pelo seu proprietário ou determinará que não é adotável e que se proceda a eutanásia pelo Serviço de Saúde¨.
Esta medida foi levada ao extremo, passando por cima do bem-estar animal, e vemos com espanto como isso já se transformou exclusivamente em maus-tratos aos animais, os quais podem ser vistos diariamente por qualquer transeunte, seja ele uma criança, um adulto ou idoso que tenha a infelicidade de passar no momento da captura causando um dano emocional que diariamente presenciamos nas redes sociais.
Os cães são capturados por funcionários municipais que os arrastam pelo pescoço utilizando uma corda até colocá-los numa caminhonete e em seguida são transportados até o canil municipal administrado pela Universidad Católica de Temuco, onde recebem o mesmo tratamento por parte dos funcionários da universidade.
Os cães são colocados a força em jaulas de 2 metros, na maioria das vezes ultrapassando a capacidade de animais imposta pelo município, levando a superlotação. Esta situação deixa os cães estressados e mais propícios as brigas, estados depressivos e isso desencadeia a baixa do sistema imunológico, doenças e morte de uma grande parte deles, que dificilmente podem ser revertidos pelos veterinários (além disso existem denúncias do exercício ilegal da medicina veterinária, ao serem alunos e não profissionais os que atendem os cães). Também não contam com a infraestrutura adequada nem com os equipamentos básicos para o atendimento dos animais. Somamos a isso alimentação de má qualidade e os banhos de mangueira diários que recebem durante todo o ano enquanto os canis são limpos (lembrando que a cidade está localizada no extremo sul do Chile, onde as temperaturas são muito baixas em qualquer época), uma maternidade sem teto, cadelas recém-paridas acorrentadas, pós-operatórios de esterilizações feitos nos mesmos canis já mencionados, nenhuma vigilância de médicos veterinários durante o período noturno.
Tudo isso sem nenhuma fiscalização, a margem das agrupações locais e amparadas sob um Decreto ilegal.