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Cães são abandonados no aterro sanitário de Poços de Caldas (MG)

13 de agosto de 2014
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Cães vivem no lixão e se alimentam de restos (Foto: Filipe Martins/ G1)
Cães vivem no lixão e se alimentam de restos (Foto: Filipe Martins/ G1)

Pelo menos cinco cães são abandonados no aterro sanitário de Poços de Caldas (MG) todos os meses, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Mesmo impedida de entrar no lixão, a reportagem do G1 constatou que atualmente 20 animais habitam o local. Segundo um funcionário do aterro que não quis ser identificado, este número só não é maior pois o lixão está localizado às margens da Rodovia BR-146 e muitos deles morrem atropelados.
O funcionário afirmou também que é comum ver aos finais de semana carros parando de frente ao aterro e abandonando os animais. “São cachorros de todas as raças e tamanhos. Muitos são abandonados ainda filhotes e acabam ficando no lixão, pois é aqui que encontram o que comer, mesmo que seja lixo”, disse.
Para Sheila Patresi, coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), o problema se dá por conta da falta de consciência da população. “A população continua jogando fora seus animais como se fosse lixo. Mensalmente levamos ração, vacinamos e castramos os animais que lá se encontram. Estamos tentando um abrigo para que possamos levar estes animais abandonados”, afirmou.
De acordo com ela, entre 30 e 50 kg de ração são levados para os cachorros que vivem no lixão e os que são resgatados, são colocados para adoção nas feiras organizadas por grupos de apoio existentes na cidade.
No último dia 5 de agosto, entre vários animais, uma cadela foi encontrada com um grande caroço na barriga. Fotos do animal foram divulgadas em um blog com o pedido de ajuda e, no dia seguinte, ela foi resgatada e encaminhada para uma clínica veterinária, onde passou por uma cirurgia para remoção do tumor.
Segundo Jorge Luiz Gonçalves, responsável pela divulgação das fotos e pedido de ajuda, a cachorra recebeu o nome Cristal, e após se recuperar da cirurgia, será encaminhada para um abrigo onde estará disponível para adoção.
“Fizemos um apelo e a cachorra foi resgatada. Uma senhora quis adotá-la e se prontificou a pagar todas as despesas veterinárias. Para os demais animais, conseguimos uma parceria com uma casa de ração da Zona Sul da cidade e levamos para eles no fim de semana”, comentou.
O G1 tentou entrar no aterro sanitário para identificar a situação dos cachorros que lá vivem, mas segundo a Empresa Vina Equipamentos e Construções Ltda, contratada por meio de licitação para administrar a limpeza pública da cidade, não é permitida a entrada no local para fotos e entrevistas sem a devida autorização da secretaria de Serviços Públicos. Em contato com a secretaria, o acesso da reportagem não foi autorizado.
Conforme o CCZ, a população aproximada de cães no município é de 22 mil, sendo que cerca de 300 destes estão abandonados. Para tentar fazer o controle, o município começou a atuar com o castramóvel, que percorre bairros periféricos da cidade a fim de cadastrar e castrar os cães e evitar a procriação e por conseguinte o abandono.
O CCZ lembra que, a campanha de vacinação antirrábica que aconteceria neste mês, está suspensa em todo o país devido a não liberação de vacinas ao Ministério da Saúde pelos distribuidores. Ainda não há uma previsão para a nova data, mas provavelmente acontecerá no 4º trimestre de 2014.
Fonte: G1

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