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DISTRITO FEDERAL

Cães salvos de canil clandestino são entregues a adotantes após 3 anos

6 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após três longos anos aguardando uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), 32 cãezinhos resgatados de um canil clandestino onde eram explorados para reprodução e venda de filhotes de raça foram entregues aos seus adotantes. Os animais foram salvos pela Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) após denúncias em 2018.

A advogada e ativista Ana Paula Vasconcelos, membro da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF), explica que foram resgatados 30 cães da raça yorkshire e dois maltês. Os animais viviam em condição deplorável, em um ambiente insalubre, sujo, presos em gaiolas sem nenhum padrão mínimo de bem-estar.

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

“À época do resgate, nós chegamos ao endereço e encontramos os animais com giárdia [doença na qual o animal tem sintomas como diarreia, vômito e depressão seguida de perda de peso], apresentando problemas neurológicos, de pele e na musculatura por ficarem constantemente apoiados em gaiolas”, disse Ana Paula em entrevista ao portal Metropóles.

Após o salvamento, os cães foram encaminhados para lares temporários enquanto aguardavam a decisão judicial que apontaria se eles seriam devolvidos aos antigos guardiões, que exigiam a tutela dos animais. “Entraram com ação de pedido de restituição e eu me habilitei no processo como assistente de acusação e conseguimos que fosse negado a restituição dos animais”, lembra a advogada.

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Apesar dos maus-tratos flagrantes, a dona do canil entrou com recursos, o que atrasou a decisão judicial, que só pode ser oficiada em fevereiro deste ano. Os animais passaram por um longo processo de reabilitação e já estavam prontos para encontrar novos lares, cujos tutores foram selecionados criteriosamente.

“Muitos têm sequelas dos maus-tratos sofridos. Eles viviam horrores. Dormiam em pé nas gaiolas. A carga emocional deles é alta e existem danos psicológicos. Isso traça a exploração de animais que a gente tanto tenta combater. O nosso objetivo é conscientizar a população para não comprar animais evitando alimentar esse comércio tão cruel”, explicou a ativista.

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

E completou: “Hoje nós concretizamos as adoções com a assinatura dos termos de adoção. Estamos felizes com o reconhecimento do judiciário pelo direito dos animais a uma vida sem exploração. Consideramos uma decisão muito importante para que tenhamos cada vez mais, entendimentos como esse”, concluiu a advogada.

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