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VIVEM EM ABRIGO

Cães resgatados na enchente ganham picolés para enfrentar o calorão em Canoas (RS)

11 de fevereiro de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Picolés foram utilizados para diminuir o calor de cães em Canoas, na Região Metropolitana, na manhã dessa terça-feira (11). Quando a temperatura beirava os 35ºC, animais mantidos em um abrigo municipal receberam um mix de frutas congeladas, preparado por profissionais da Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal (SMBEA).

“Os cães não transpiram como os seres humanos, e sim trocam calor pela boca. O picolé ajuda a refrescá-los. Chamamos isso de enriquecimento alimentar, que ajuda a estimular e desenvolver as habilidades e os sentidos deles. Os cães adoram”, explica a bióloga Lisiane Assunção, uma das responsáveis pelo picolé.

No local estão abrigados 350 animais, a maioria cães resgatados após a enchente de maio de 2024. Na atividade acompanhada por Zero Hora, cães idosos — com mais de 10 anos — foram os beneficiados.

Duas opções de picolés foram oferecidas. Uma era feita com sachê (ração pastosa) para cães, misturado com água. O outro tipo consistia em uma mescla congelada de manga, banana, maçã e mamão.

“Essas frutas não são ácidas nem tóxicas para cães, podem ser ingeridas sem problemas a qualquer momento”, explicou a veterinária Tainara Harth, que atua na secretaria.

Nos dois casos, os alimentos foram colocados em copos descartáveis e depois levados ao congelador. Interessados em fazer a iguaria devem ter atenção às frutas utilizadas.

São exemplos de algumas que não devem ser dadas aos animais:

Bergamota
Laranja
Abacaxi
Uva

Exemplos de frutas que podem ser dadas aos animais:

Manga
Banana
Maçã
Mamão

Este verão é o primeiro em que a equipe da secretaria prepara a mistura. Os profissionais tentaram oferecer os picolés para os gatos que estão abrigados no espaço, mas a recepção foi distinta.

“Eles não tiveram boa adaptação em virtude da temperatura. O gato gosta mais de sachê morno e não de coisas geladas. No entanto, os filhotes gostaram e aproveitaram bastante”, acrescenta a veterinária.

Além dos picolés, Tainara orienta deixar água fresca à disposição dos animais – pedras de gelo no líquido ajudam – e manter o ambiente ventilado durante ondas de calor. Outro ponto de atenção está relacionado ao pelo dos cães nos dias quentes:

“Muitas pessoas fazem a tosa porque acham que vai ajudar o animal a se refrescar. Acontece que, em muitos casos, o pelo funciona como um protetor térmico. Ou seja: a tosa pode piorar a situação e fazê-lo sentir mais calor”, acrescenta a veterinária.

Segundo Paula Lopes, titular da Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal, a enchente aumentou o número de animais no local: de 140 para os cerca de 350 atuais. Em albergues externos, o somatório chega a 900 sob cuidados da prefeitura. Eles estão à espera de adoção.

“Temos que fazer que ‘bem-estar’ faça jus ao nome para esses animais. Com temperaturas elevadas, nada mais justo do que ajudar esses cães, que merecem ser tratados com dignidade. Melhor que isso é chegar no final da história e encontrar lares para eles, aí a missão vai estar cumprida”, pontua.

O abrigo fica na Avenida Boqueirão, 1986, bairro Estância Velha, e pode ser contatado pelo número (51) 3429-2924.

Fonte: GZH 

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