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Cães resgatados de uma vida de maus-tratos procuram um novo lar

23 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Crispim. Projeto O Lobo Alfa
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Quando achamos que já vimos de tudo, deparamo-nos com situações assim.

Estes filhotes nasceram no meio do mato e foram resgatados. Era de se esperar que somente quem gosta de animais se dá ao trabalho de fazer resgates.

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Mas aí, a vida ensina que a insanidade humana não tem mesmo limite. O infeliz que resgatou os filhotes os queria para saciar seu sadismo. O único objetivo dele era espancá-los para ouvi-los chorar.

E nesse inferno viveram os filhotes por várias semanas, até que foram finalmente resgatados, na surdina, por alguém que intencionava salvá-los.

Quando chegaram ao lar temporário, onde seriam preparados para adoção, eles eram um amontoado de cãezinhos assustados. Tremiam e faziam xixi descontroladamente quando qualquer um se aproximava.

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O trabalho de socialização foi lento, com muito colo, muito carinho, brinquedos e petiscos.
Aos poucos, eles começaram a se soltar e aceitar aproximação. Ao todo, eram nove filhotes.

O tempo passou, eles começaram a esquecer o passado e puderam, finalmente, ser doados para que começassem nova vida.

Dos nove filhotes, sete deles puderam, finalmente, começar de novo.

Mas o estrago das agressões havia sido maior para dois deles.

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Nunca saberemos exatamente como as coisas aconteciam, mas acreditamos que o agressor tinha preferência por dois deles.

Júlio, um dos pretinhos, e Tardeli, um marronzinho, têm dado mais trabalho na socialização.

Acreditamos que eles sofreram as piores agressões.

Hoje, já com 5 meses de vida, eles ainda se mostram assustados. Continuam fazendo xixi de medo quando estranhos se aproximam.

Infelizmente, como se já não bastasse o estrago feito pelas agressões, o tempo deixou as coisas ainda piores, apesar dos cuidados e da mudança radical na rotina deles.

É que eles buscavam a proteção do grupo. Encontravam na numerosa irmandade a segurança que seus tutores humanos não foram capazes de lhes proporcionar.

Mas não dava pra buscar uma adoção conjunta para nove SRDs de porte médio.

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Então, um a um eles foram se despedindo do grupo. Com isso, os dois mais assustados ficavam mais tristes a cada despedida.

E agora chegamos a um impasse. É que tentamos separar os últimos dois, mas eles gritam desesperadamente até perderem o fôlego.

Já estão melhores. Já aceitam colo, afagos e até arriscam algumas brincadeiras. O tempo está ensinando que viver é bom.

Mas, pelo menos nesse momento, não teremos como separá-los. Eles precisam da segurança e da amizade um do outro. Onde um põe o pé, o outro enfia o focinho, com o risco de levar um pisão no nariz.

O tempo tem demonstrado que eles vão superar tudo o que aconteceu. Talvez até um dia possam viver longe um do outro.

Mas, nesse momento, precisam continuar juntos. Eles são o apoio um do outro e só se sentem seguros juntos. Comem juntos, dormem juntos e, até no banho, eles fazem questão de entrar juntos.

O xixi também é coletivo. Eles têm hora e ritual pra tudo.

Estão saudáveis, vacinados e vermifugados. A cada dia, mostram-se mais felizes e mais dispostos a viver a infância. Começou um pouco tarde, já que eles já estão trocando os dentes, mas, antes tarde do que nunca. E que venha a adoção especial que esperamos pra eles.

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Contato: Lucinédia, tel:  (31) 3049.8454 / 7512.7179.
E-mail: [email protected]

Fonte: Lobo Alfa

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