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Cães de raça são sequestrados em SP; suspeita é a de que sejam vendidos

23 de junho de 2015
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação/G1
Foto: Divulgação/G1

Os sequestros de cães de raça têm sido cada vez mais frequentes na capital paulista, segundo informou o Bom Dia São Paulo. Os tutores suspeitam que os animais sejam vendidos em feiras clandestinas.
A balconista Roberta Vicente de Lima afirmou que seu cachorro Marley, da raça Pug, foi levado e devolvido por uma mulher que disse ter comprado o cachorro em uma feira de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo.
“Meu pai foi passear com ele, em um domingo à tarde. Então, um carro com três rapazes se aproximou. Eles quebraram a costela do meu pai, que reagiu porque não queria deixar que levassem o cachorro, mas eles levaram”, contou.
Depois de colocar cartazes pelo bairro e divulgar o desaparecimento nas redes sociais, Marley foi devolvido. O animal ficou oito dias longe de casa.
Na feira de Itaquera, os ambulantes vendem filhotes e cachorros adultos na calçada sem nenhuma autorização. Os cachorros ficam apertados em gaiolas e alguns, dependendo da raça, são colocados dentro do porta-malas de carros ou em caixas de papelão.
Um ambulante garante, verbalmente, que um filhote de shih-tzu, vendido a R$ 800, tem pedigree e garantia de um ano.
É possível encontrar até raças de cachorro bem mais caras como o Lulu da Pomerânia. Os vendedores chegam a aceitar até encomenda. “Daqui mais ou menos umas duas semanas, acho que eu já tenho ela”, afirmou o vendedor sem perceber que estava sendo gravado.
Um vendedor ambulante confirma que cães sequestrados são oferecidos na feira. “Eles tomam os filhotes e depois vêm na feira vender a preço de nada. Às vezes, eles tomam o filhote e vendem aqui mesmo”, disse.
Com os sequestros de cachorros de raça, os tutores compartilham informações nas redes sociais na tentativa de encontrar os animais.
Um dos cachorros procurados é o Whiskey, um Lulu da Pomerânia, que foi levado no Tatuapé, na Zona Leste. Imagens mostram a tutora passeado com o cão na rua quando um homem se aproxima e sai puxando o cachorro. É possível ver o ladrão fugindo com o cachorro no colo.
A administradora Andrea Lopes Gonçalves passou por uma situação semelhante. A cachorrinha dela, Cristal, da raça Pug, foi levada por assaltantes em março. A cadela estava dentro do carro roubado pelos criminosos. “Tentei pegar, abrir a porta do carro, tentei tirá-la do carro, não deixaram. Ele olhou para a minha cara, olhou para o cachorro, me empurrou e levou por pura maldade”, afirmou.
A Secretaria da Segurança Pública disse, por telefone, que não poderia falar sobre o sequestro de cães porque não tem números específicos desse tipo de ocorrência. Sobre a feira em Itaquera, a Secretaria disse que também não poderia falar sobre o assunto porque feiras clandestinas são um assunto de responsabilidade da Prefeitura.
Por nota, a Subprefeitura de Itaquera informou que vai programar uma vistoria técnica na Feira de Itaquera. A vistoria deve ser feita, segundo a Subprefeitura, em parceria com a Guarda Civil Metropolitana e com a Vigilância Sanitária para que sejam “tomadas as devidas providências”.
Fonte: G1
Nota da Redação: o comércio de animais, mesmo quando legalizado, é o responsável por criar situações como essa. Animais são vendidos como se fossem objetos, sendo usados apenas com o objetivo de dar lucro a quem os comercializa. Posteriormente, ao serem sequestrados, são novamente vendidos em feiras ilegais, provando que a ideia perpetuada pela sociedade de que bichos podem ser comercializados só traz prejuízos a vida desses animais: tanto para a matriz, que é obrigada a dar uma cria atrás da outra, quanto para os filhotes que são vistos como produtos, muitas vezes maltratados por criadores e donos de pet shops, e também para os animais sem raça definida, que vivem abandonados pelas ruas, expostos a todo tipo de sofrimento.

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