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TRATAMENTO

Cães que comeram salsichas com anzóis se recuperam e realizam acompanhamento alimentar

O caso é investigado pela Polícia Civil, que chegou a interrogar um homem que teria comprado anzóis um dia antes do crime, mas que não pôde indiciá-lo por falta de provas

20 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Christiano Yamasaki

Os sete cachorros que comeram salsichas com anzóis após serem alvo de um atentato em Valinhos, no interior do estado de São Paulo, retornaram à clínica veterinária nesta segunda-feira (18). Examinados por um veterinário, os cães foram submetidos ao procedimento de retirada de pontos e receberam alta cirúrgica. Embora estejam evoluindo e se recuperando, todos permanecerão em tratamento realizado por meio de acompanhamento alimentar.

Responsável por cuidar de seis dos sete animais, o médico veterinário Christiano Yamasaki informou ao G1 que “o cuidado com a alimentação é para manter o processo de cicatrização [dos pontos retirados]”, mas garantiu que, “em breve, eles vão estar liberados para voltar à vida normal”.

Quatro dos cães que foram vítimas do crime de maus-tratos permanecem no lar temporário onde a salsicha com anzóis foi colocada para atraí-los e matá-los. Os outros três voltaram para a casa de suas famílias.

A expectativa do veterinário é de que a justiça seja feita e o criminoso que ameaçou a vida dos cães seja responsabilizado. “A gente espera que eles [policiais] consigam localizar quem cometeu o atentado contra esses cães e que a Justiça faça o que tem que ser feito”, disse.

Responsável pela investigação, o delegado João Neves, da Delegacia de Polícia Civil de Valinhos, informou à EPTV que, após diligências, descobriu-se que uma pessoa havia comprado anzóis em uma loja do município um dia antes dos cachorros serem vítimas do atentado.

Crime é investigado pela Polícia Civil (Foto: Reprodução/EPTV)

Além de efetuar a compra, a pessoa teria retornado ao estabelecimento após o caso repercutir para questionar se existem câmeras de segurança no local. No entanto, apesar do comportamento duvidoso, o rapaz não foi considerado formalmente suspeito devido à falta de provas. Chamado para prestar depoimento, ele compareceu à delegacia, foi ouvido e liberado.

As investigações, porém, não foram encerradas. No momento, os investigadores aguardam o resultado de uma perícia realizada nas salsichas com anzóis encontradas no lar temporário.

Relembre o caso

No dia 3 de outubro,sete cachorros que estavam abrigados em uma hospedagem para cães em Valinhos ingeriram salsichas com anzóis e passaram mal. Socorridos, eles passaram por procedimento cirúrgico para a retirada dos objetos.

A mulher responsável pela hospedagem, Dulce Miragaia, contou que os cachorros comeram a salsicha enquanto brincavam do lado externo do imóvel. A armadilha foi colocada dentro de potes em dois pontos próximos a uma cerca.

Raio-x mostra anzóis no organismo de um dos cães (Foto: Reprodução/EPTV)

No estômago de um dos cães, 34 anzóis foram encontrados. “É uma coisa que eu fiquei assustados de ver. Além do que tinha 34 anzóis, tinha um com 11 anzóis, outro com seis, entre estômago e intestino. Todos os cães ainda estão sob risco. São procedimentos com muito risco de infecção. Eu já tirei todo o tipo de artefato ingerido acidentalmente, mas assim, de forma criminosa eu nunca vi, porque o anzol não mata, foi para machucar mesmo e dificultar a remoção”, relatou à EPTV o médico veterinário Cristiano Yamasaki.

Ao perceber que os cães estavam passando mal, Dulce suspeitou de envenenamento. Segundo ela, o local onde a hospedagem está situada não tem vizinhos e não conta com câmeras de monitoramento. A proprietária acredita que o criminoso tenha colocado a armadilha durante a madrugada.

“A princípio, eu achei que era veneno. Eu vi que alguns já estavam comendo, aí eu chamei um pessoal que faz um raio-x móvel para ver quais cachorros tinham comido a salsicha”, disse.

Tutora de dois dos animais que estavam hospedados no local, Rita Ferreira afirmou que o crime cometido contra os cães é uma barbárie. “O que leva uma pessoa a fazer uma coisa dessa é falta de amor ao ser humano, falta de amor ao próximo, falta de Deus no coração”, desabafou.

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