Com a chegada do outono, muitos tutores acreditam que o calorzão passou. Nada disso! É exatamente nesta época do ano, com muitas alterações de temperatura, que os cães mais sofrem. O maior perigo: hipertermia. Veja como ficar livre deste problema que pode levar a morte.
Muito comum no verão, a hipertermia é o aumento extremo da temperatura corpórea do cão. O normal é 38oC. Porém, com o super aquecimento, pode chegar a 42 ou 43oC. Nesta temperatura, algumas enzimas do corpo do animal param de funcionar. Os vasos periféricos do cérebro dilatam. O oxigênio começa a ficar escasso, devido à dificuldade de respiração.
Segundo o médico veterinário René Monteiro Passos, diretor clínico do Hospital Veterinário Dr. Hato, tudo isso acontece devido à dificuldade do cão de trocar temperatura. Ao contrário de nós, humanos, os cães não suam. A única forma deles regularem a temperatura com o meio é através da língua e dos coxins (aquelas almofadinhas embaixo da pata).
Cães com focinho mais curto (braquicefálicos) ou com dificuldade de respiração são mais propícios a terem casos de hipertermia. Porém, qualquer animal está suscetível a passar por esta situação.
Se engana quem acha que os mais peludos aquecem mais rápido. A grossa camada de pelo serve como isolante térmico, dificultando o super aquecimento. Por isso, cães de pelo mais curto correm mais risco.
O que causa?
A principal causa da hipertermia é a temperatura elevada do ambiente, excesso de animação ou euforia, exercício físico, baixa hidratação e piso quente.
Esta situação é muito comum em dias de verão e outono, entre às 11h e às 15h. Por isso, a indicação é não fazer passeios e atividades entre esses horários.
Sintomas
Respiração muito ofegante (com ou sem chiado)
Mucosas cianóticas (língua e gengiva arroxeadas ou azuis)
Salivação excessiva
Vômito por excesso de salivação (uma espuminha branca)
Desorientação
Baixa oxigenação, com dificuldade para respirar
Desmaio
O que fazer?
A orientação do Dr René é retirar o cão de onde ele estiver e ofertar água gelada, colocar panos úmidos nas costas e tentar acalmar o animal. Se estiver perto do carro, colocá-lo no ar condicionado. “Muitas pessoas acham que colocar o animal dentro do gelo pode ajudar. Mas é muito ruim, pois tem efeito colateral. A diminuição da temperatura deve ser feita de forma gradativa e lenta” alerta.
Se tiver a assistência e orientação de um médico veterinário, pode ministrar dipirona, oxigênio e outros medicamentos, a depender do quadro.
Fonte: Estadão