O nascimento de Violet e Dash, dois cachorrinhos da raça Bulldog Francês, alarmou os veterinários que auxiliaram o parto, quando se deram conta de que eles tinham um problema que comprometeria a sua capacidade de comer, e consequentemente de sobreviver. A sua salvadora não podia deixar os cãezinhos sozinhos — afinal, ela própria tem um filho com a mesma condição.
Kelly Sayer é técnica de veterinária desde os 17 anos, utilizando as suas capacidades para ajudar os animais que precisam dentro e fora da clínica. A norte americana tinha por hábito ser FAT (Família de Acolhimento Temporário), mas desistiu da atividade temporariamente, quando Landon, o seu segundo filho, nasceu com uma fenda palatina — uma má formação que causa uma abertura no céu da boca, impedindo a separação adequada entre as cavidades oral e nasal.
Quando Landon fez quatro anos, Kelly decidiu retomar os deveres de FAT, com o objetivo de ajudar os animais, e de “ter coisas entusiasmantes a acontecer em casa”, conta ao The Dodo. A assistente de veterinária optou por dedicar-se a uma causa em particular: animais com fendas palatinas.
A presença dos cães fez com que o filho mostrasse o seu lado mais gentil, atraindo eles de uma forma natural. “Adoro ajudá-los. É muito bom vê-los felizes e eventualmente a arranjarem casas”, afirma Landon. A chegada de Violet e Dash seguiu a mesma tendência, com a criação de um laço genuíno.
Os filhotes nasceram na clínica onde Kelly trabalha, através de uma cesariana, e as suas condições foram óbvias assim que chegaram. Violet tem uma fenda palatina parcial e um lábio leporino (que designa a abertura no lábio superior), e Dash tem uma fenda completa. Estas características significariam que os cachorros não conseguiriam alimentar-se, precisando de ajuda para sobreviver.
A tutora temporária levou os dois para casa, mantendo-os numa incubadora durante as primeiras semanas, ciente da possibilidade de que eles não sobrevivessem. “Eles eram muito pequenos. Do tamanho de um rato. Senti-me muito nervosa. Pensei “ok, aqui vamos nós. Se tudo correr bem, vão ambos conseguir””, afirma Kelly.
As primeiras semanas foram particularmente intensas. Os cães precisavam de comer de duas em duas horas, e a tutora certificou-se ainda de que mamavam em chuchas e mamilos de borracha, para estimular os músculos do maxilar. Felizmente, Dash e Violet cresceram fortes, e com três semanas puderam finalmente sair da incubadora. A fêmea ficou maior mais rápido, vencendo o irmão, que se manteve “mais pequenos e mais reservado”, mas saudável, ainda assim.
A técnica avançou existir um problema cada vez mais flagrante de Bulldogs Franceses com problemas de saúde, em nome de tentar conseguir cores e características raras. “Mudámos tanto a raça ao longo dos anos e fizemos com que eles não conseguissem respirar. Têm problemas de coluna, e vários problemas que fazem com que isto seja ético. Enquanto sociedade, temos de olhar bem para o que estamos a fazer”, avançou.
Os cãezinhos estão agora com três meses, e continuam a crescer e a tornar-se mais fortes e independentes. Assim que estejam prontos, seguirão para adoções definitivas.
Fonte: Pets in Town