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Neste domingo (3 de abril), ao passar em frente ao antigo canil municipal de Cubatão comentei com um transeunte o quão absurdo era aquele local e de ainda existir animais encarcerados naquelas condições abjetas e insalubres, sem carinho e atenção.
Ele concordou e então começamos a conversar. A certa altura, ele me disse que alguns cachorros tinham morrido ali afogados numa noite após as fortes chuvas que caíram em Cubatão em 2011. Ele, que não quer se identificar, não soube descrever exatamente a data. Mas disse que a água encheu a área de alguns cachorros, que ficaram presos dentro dos cubículos e não resistiram.
Como estava com a máquina fotográfica tirei algumas fotos daquele local desde o lado de fora, para mostrar em imagens que a área onde os animais ficam não é elevada, que com uma chuva mais forte o lugar pode alagar.
A negligência e desrespeito aos animais são gritantes naquele recinto indecente. O espaço é úmido e cheio de mofo, pútrido, o mato já está tomando conta do lugar, entre outras coisas.
Em maio de 2009, durante a inauguração do novo Centro de Controle de Zoonoses da cidade, a prefeita Marcia Rosa (PT) prometeu desativar o antigo canil, mas não cumpriu o compromisso. O local continua servindo de depósito de animais, de campo de concentração de cachorros. A prefeitura alega que os animais que estão ali “são cães com problemas comportamentais não sociáveis”.
Não estou convicto de que estes animais tenham “comportamentos não sociáveis”. Mas que animal não ficaria “louco” sobrevivendo em lugares exíguos, de vidas descartáveis, sem a possibilidade de exercitar sua autonomia, de seres sencientes?
É horrível como os animais são tratados em Cubatão, onde as autoridades municipais não cansam de dizer que é a “cidade símbolo da ecologia e modelo de recuperação ambiental”.
Serviço: Marcia Rosa, Prefeita de Cubatão: [email protected]
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