Uma análise detalhada de DNA apontou que os cães modernos surgiram na Europa entre 19 mil e 32 mil anos atrás, durante o período geológico Pleistoceno, segundo um novo estudo publicado nesta sexta-feira (15) na revista “Science”.
Pesquisas anteriores haviam sugerido, no entanto, que a origem do melhor amigo do homem seria o Leste Asiático ou o Oriente Médio. Especialistas elogiaram os atuais resultados, mas alertaram que o debate sobre qual teoria é verdadeira não deve terminar tão cedo.
Todos concordam, porém, que os cães se originaram dos lobos e provavelmente se associaram aos seres humanos atraídos por alimentos ou restos de animais descartados por caçadores e coletores. Durante um longo processo, os cães foram domesticados e se mostraram úteis para caçar e proteger seus tutores.
Para chegar a essas conclusões, os autores coletaram amostras de DNA de 18 fósseis de animais semelhantes a lobos e cachorros que viveram há 36 mil anos em países como Argentina, Bélgica, Alemanha, Rússia, Suíça e EUA.
Os cientistas então compararam esse material genético com amostras modernas de 49 lobos da América do Norte, Ásia, Europa e do Oriente Médio, além de amostras de quatro coiotes e 77 cães de uma grande variedade de raças.
Segundo os pesquisadores, o DNA dos cães modernos mostrou grandes semelhanças com o de antigos espécimes europeus e também com o dos lobos europeus modernos. Eles destacam, ainda, que esses animais surgiram antes do aparecimento da agricultura.
Robert Wayne, da Universidade da Califórnia em Los Angeles e um dos responsáveis pelo estudo, disse que agora há três possíveis hipóteses sobre as origens dos cães e que o tipo de lobo que deu origem a esses animais domésticos já foi extinto.
Outro autor, Olaf Thalmann, da Universidade de Turku, na Finlândia, afirmou que a descoberta não significa que a Europa tenha sido o único lugar onde os cães apareceram pela primeira vez.
“Concluímos que a Europa desempenhou um papel importante no processo de domesticação canina”, ressaltou.
Fonte: G1