
O início da pandemia motivou muitas pessoas em isolamento a adotar e comprar animais domésticos para ter uma companhia durante o lockdown e as atividades home office. Muitos abrigos chegaram a noticiar que pela primeira vez conseguiram encontrar novos lares para todos os animais e postaram fotos com os recintos completamente vazios. No entanto, essa onda de positividade, amor e consciência durou pouco.
Com a flexibilização e muitas pessoas voltando a sua rotina de trabalho e lazer, tutores decidiram abandonar os animais ou devolvê-los e entregá-los para abrigos. Com a superlotação e a chegada de muitos animais jovens, comprados ou adotados quando filhotes na pandemia, os animais mais velhos com poucas chances de adoção estão sendo condenados à morte para “abrir novas vagas” de acomodação.
O co-fundador do New Hope Animal Rescue, Niall Lester, foi ao programa This Morning fazer um apelo para evitar que animais saudáveis sejam mortos em razão da superlotação. Ele acredita que, infelizmente, esse é só o começo da onda de abandono de animais pós-pandemia. “As vendas de filhotes dispararam por que as pessoas ficaram em casa e sentiram que podiam cuidar de um cachorro e, à medida que a vida volta ao normal, desde que voltaram ao trabalho, surgem problemas”, disse.
E completa: “A ansiedade da separação é grande e é um problema bastante difícil para as pessoas administrarem, então estamos vendo filhotes de separação chegando e reações de estranhos, medo de outras pessoas, medo de outros cães, não a socialização correta. Eu sei que tem sido difícil, mas em retrospecto, não é a melhor hora para criar um filhote ou criar muitos filhotes, ou comprar muitos filhotes”, afirmou o ativista.
Ela explica ainda que quem sofrerá mais não serão os cães devolvidos aos abrigos, mas os que já estão lá há mais tempo e são menos adotáveis. “Acho que não serão necessariamente os filhotes que serão colocados para dormir (sacrificados), mas certamente os cães que já estavam no sistema, os mais velhos porque as casas provavelmente levarão os mais novos ou os filhotes com problemas de comportamento”, pontua.