Assim como nós, seres humanos, os animais também podem doar e receber transfusões de sangue. Para tanto, é preciso atender a alguns requisitos básicos. E para que o seu animal esteja preparado para ser doador de sangue e ajudar outros animais nas situações de emergência em uma transfusão estes detalhes precisam ser seguidos de maneira rigorosa.

Para a médica veterinária do Hospital Veterinário Pró Vita, Rhea Cassuli Lima dos Santos, estar saudável e com as vacinas em dia é fundamental. “As principais condições para o animal doar sangue são: ter mais de 25kg para cães e 5kg para gatos, estar com as vacinas e vermífugos em dia, e ter no máximo seis anos. Em geral, se o animal for saudável não há contraindicação”, explica.

A captação do sangue é rápida, e se o animal for dócil, em aproximadamente cinco minutos ele está liberado. O animal pode doar sangue, no máximo, a cada quatro meses. Assim que o sangue é coletado, o ideal é utilizá-lo na sequência, mas ele pode ser armazenado por até sete dias em ambiente refrigerado.

No Hospital Veterinário Pró Vita, os pacientes podem fazer um cadastro e quando houver necessidade de doação de sangue, a equipe entra em contato. Segundo o proprietário do HV Pró Vita, Paulo Roberto Lima dos Santos Junior, há várias vantagens em fazer a transfusão de sangue no hospital ou com sangue colhido no local. “Entre algumas das vantagens estão a procedência, ou seja, sempre cães jovens, sadios e testados, a segurança (caso haja reações temos recursos para lidar com elas), e profissionais treinados e que conhecem bem o procedimento”, resume.

O sangue doado pode fazer toda a diferença na recuperação de animais acidentados, que passaram por cirurgias com grande perda de sangue, ou mesmo com doenças como anemia hemolítica.

Tipos de sangue

O sistema sanguíneo canino é bastante diferente do humano, não seguem o mesmo sistema A-B-O, mas também existem problemas de compatibilidade entre tipos sanguíneos. “No Pró Vita nós temos o recurso de testar a compatibilidade entre doadores e receptores, assim como fazer os testes para tipagem sanguínea. O procedimento mais comum é testar a compatibilidade direta devido ao menor custo e tempo para realização. Doadores frequentes podem passar pelos testes para determinar o tipo sanguíneo” explica dra. Rhea.

Dra. Rhea, afirma também que alguns cães doadores são mais propensos que outros a criar uma reação imunológica no receptor independente do tipo, e por isso são evitados doadores. “Em geral, na primeira vez que um paciente recebe sangue por transfusão, não há problemas de compatibilidade, mas para próximas transfusões isso pode ser tornar um problema”.

Tratamentos com o sangue doado

Além das cirurgias, quando da reposição do volume de sangue perdido nos procedimentos cirúrgicos de grande porte e em pacientes de trauma, Dra. Rhea explica que o sangue total é útil para o tratamento de uma lista de enfermidades. “Erliquiose (doença do carrapato), doença renal crônica, anemia hemolítica imunomediada, entre outras, podem ser tratadas usando este sangue doado” enumera dra. Rhea.

Tempo que leva para doar e recuperação do doador

Dra. Rhea explica que o procedimento para doação de uma bolsa comum com 500ml de sangue costuma levar entre 5 a 10 minutos, dependendo muito do doador. “Cães de porte grande e com musculatura bastante desenvolvida costumam ‘encher’ a bolsa com mais facilidade. Um cão tranquilo, de índole dócil e que não resiste ao procedimento de colheita do sangue, permite que tudo corra mais rápido e sem sofrimento”.

Desde que a quantidade de sangue colhida seja compatível com o porte, o doador sai da mesa de colheita já recuperado e pronto para ir para casa. “Não há problemas. No Pró Vita costumamos recompensar o doador com uma deliciosa lata de ração úmida especial para repor as energias e mostrar que ele fez um belo trabalho” conclui Dra. Rhea.

Fonte: Paraná Shop