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Cães e gatos com deficiência visual podem levar vida normal

15 de julho de 2014
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Foto: Juliana Aragão/Arquivo pessoal
Foto: Juliana Aragão/Arquivo pessoal

Lidar com animais que têm alguma deficiência visual é desafiador. Porém, com os cuidados necessários e, principalmente, a dose certa de amor, o gatinho ou cachorrinho pode ter uma vida plena e feliz realizando todas as atividades normais de qualquer animal doméstico.

O especialista em oftalmologia veterinária, Fábio Brito, explica que os problemas relacionados à visão podem ter causas congênitas, quando o animal já nasce com a deficiência na visão, ou hereditária, que é desenvolvida com o tempo. “O primeiro passo é procurar o especialista para diagnosticar o problema e avaliar o que pode ser feito”, diz o veterinário.

Cada caso é diferente e pode ter um tratamento cirúrgico, como é o caso da catarata, ou ser um quadro irreversível. “A perda da visão por idade nem sempre é permanente. É recomendado que a partir dos seis ou sete anos os animais domésticos façam consultas anuais com esse propósito’, explica.

O tutor pode observar mudanças no comportamento do animal que indiquem que existe alguma problema na sua visão. É importante ficar atento se o cão ou gato, ao sair do seu ambiente doméstico, esbarra em objetos. O tutor também deve observar se os olhos dos animais estão com a cor natural ou com manchas azuladas. Pode-se fazer testes como abanar alguma bolinha de algodão na frente do animal e observar se ele a segue com o olhar.

Alguns tutores podem demorar a identificar a deficiência, principalmente se o animal for um filhote. Foi o caso da jornalista Juliana Aragão, que só descobriu que o seu gato Serafim era cego quando ele tinha 10 meses. O gatinho aparentava um comportamento normal, interagindo com os outros gatos da casa, brincando, correndo e até subindo na cama. “Comecei a desconfiar só quando notei que o reflexo dos seus olhos brilhava mais que dos outros gatos e fiz um teste simples : balancei um brinquedo que não fazia barulho na sua frente. No começo ele parecia olhar para o brinquedo, mas ele estava apenas sentindo a vibração, quando o afastei da sua frente, ele continuava a brincar sozinho no ar”, conta Juliana.

Depois de observar que havia algo estranho, ela o levou ao especialista que com exames na retina constatou que o problema era genético. Fisicamente, Serafim só apresenta estrabismo. Ele compensa o fato de não enxergar tendo seus outros sentidos mais apurados. “No começo eu tive pena, mas agora percebo: pena do quê? Ele é totalmente adaptado e faz coisas incríveis”, diz, orgulhosa, a tutora de Serafim.

Sem mudanças

Para quem tem um animal com deficiência visual em casa, é preciso tomar alguns cuidados. Evite mudar constantemente os móveis de lugar – ele vai se adaptar ao local onde vive e ficar fazendo alterações pode fazer com que ele acabe colidindo com eles e se machuque.

Também não faça mudanças no local da água e da ração. Coloque telas de proteção nas janelas, evitando quedas e, se morar em casa, não deixe o portão aberto, para evitar fugas.

Fonte: Diário de Pernambuco

 

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