A cheia do Rio Madeira — que atinge mais de 10 mil pessoas em Porto Velho — também afeta a sobrevivência de animais domésticos nas áreas atingidas. Mais de 130 cães e gatos ilhados em diversas regiões ribeirinhas já foram resgatados por voluntários.
Em menos de 6 meses, o rio Madeira saiu do menor nível da história, quando chegou a 19 centímetros de profundidade em Porto Velho (RO) em outubro do ano passado, e subiu para mais de 16 metros no início do mês de abril.
Com o avanço das águas, alguns animais foram abandonados pelos tutores nas residências e áreas submersas. Para salvá-los, uma Organização Não Governamental (ONG), formada por moradores das comunidades de Nazaré, Bom Jardim e Boa Vitória, atua no resgate dos animais domésticos.
Nos locais considerados de risco, os animais lutam para se abrigar em um lugar seco e para se alimentar. De acordo com a presidente da ONG, Hélia Menezes, o estado de saúde de alguns deles é preocupante.
“Os próprios moradores nos mandaram vídeos da situação dos animais. Alguns estavam bem machucados. Muitos foram abandonados, trancados dentro das casas ou presos em correntes, fracos e desnutridos”, diz a presidente.
Mais de 130 animais domésticos já foram resgatados e levados para um abrigo provisório alugado na região do Baixo Madeira, área ribeirinha de Porto Velho. No local, os animais recebem alimentos e cuidados veterinários da equipe envolvida nos resgates.
De acordo com Helia, os moradores e voluntários se dividem em equipes e navegam com uma canoa pelo rio para realizar os resgates, enquanto os que estão na capital ficam responsáveis por arrecadar mantimentos para os animais.
O g1 procurou a prefeitura de Porto Velho para saber se há trabalhos de resgate e cuidados oferecidos também pelo município. Em nota, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) está mobilizada e enviou uma equipe técnica às comunidades atingidas pelas cheias do Rio Madeira para prestar assistência direta.
“Neste momento, está sendo montado um abrigo temporário para os animais, garantindo um espaço seguro, seco e apropriado, onde eles possam permanecer enquanto a situação não se normaliza. A ação conta com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e já arrecadou mais de uma tonelada de ração, além de medicamentos essenciais como vermífugos, antiparasitários e outros insumos voltados ao manejo sanitário dos animais”, diz o trecho da nota.
De acordo com a presidente da Voluntário Animal, a cheia também faz com que os ataques ataques de jacaré e picadas de cobras aumentem nas áreas alagadas e isso preocupa a equipe.
“Os animais que são atacados por jacarés não resistem e, quando são picados por cobras, morrem ainda na água. Mesmo nos locais secos, eles correm risco de serem atacados, pois estão bem próximos da água”, revela.
Como ajudar?
A Associação Voluntário Animal – Porto Velho disponibiliza dois telefones para contato para quem deseja se voluntariar ou com apoio dos mantimentos. Os números são:
- (69) 99349-7742 ou
- (69) 99972-8519.
Fonte: G1