Por Cassia Rabelo Cardoso dos Santos (educadora do Cão Cidadão)
Para garantir cães e crianças tenham uma convivência saudável e tranquila desde o primeiro contato, há mais algumas dicas a serem seguidas por pais e familiares.
Se for um bebê
Se for o caso do primeiro contato do cão com o bebê da casa, que está vindo da maternidade, é recomendado que alguém da família leve para o cachorro (antes de mamãe e nenê chegarem em casa) algum pano já usado pelo bebê, para que o cão comece a se acostumar com o cheiro dele. É preciso deixar o cão farejar o objeto e, quando ele fizer isso, falar o nome da criança e recompensá-lo com algo bem gostoso! Para que a associação seja ainda mais positiva, o ideal é que o pano seja colocado também embaixo do pote de comida! Assim, o cão, com seu olfato apuradíssimo, já estará associando o bebê com coisas positivas.
No dia da chegada, o ideal é que a nova mãe entre em casa sem o bebê no colo. Outra pessoa deve fazê-lo, já que o peludo estará há dias sem vê-la e certamente estará ansioso por interação com ela. Depois do contato inicial, quando o cão estiver calmo e tranquilo, podemos apresentá-lo ao bebê. Isto pode ocorrer no mesmo dia, alguns dias depois, tudo dependendo da segurança que as pessoas da casa vão sentir em relação ao sucesso da apresentação. É recomendável a utilização de guia, para que todos se sintam melhor.
Quando já instalada a rotina com o bebê na casa, é necessário prestar atenção a um detalhe muitas vezes esquecido: a presença do bebê no mesmo ambiente que o cão deve sempre ser associada a coisas positivas! Assim, quando ambos estiverem no mesmo local, o cão deve ser elogiado, deve ganhar brinquedos e petiscos gostosos. Quando o bebê não está por perto, a atenção deve ser mínima, para que o peludo não relacione a presença da criança com falta de atenção, gestos bruscos ou afastamento. Em geral, os pais costumam fazer exatamente o contrário.
Seguindo essas dicas, certamente a vinda do bebê, momento de muita alegria, será pleno para toda a família, inclusive para o cão!
Quando se trata de crianças maiores
Já quando vamos apresentar uma criança mais velha a um cão, os princípios devem ser os mesmos: para que as interações sejam boas para ambos, vale a regra do reforço positivo, ou seja, tudo deve ser associado a coisas boas!
A criança deve ser alertada quanto ao fato do cão não ser um brinquedo, mas sim um ser vivo que sente dor e medo. Desta forma, evitamos que a criança tente puxar orelhas, dar tapinhas, etc – atos que podem assustar ou machucar o cachorro.
Se o cão já for treinado em comandos de obediência, será bem tranquilo aproximar a criança de forma positiva: basta pedir um SENTA e, assim que o peludo obedecer, deixar a criança dar-lhe a recompensa!
Para cães brincalhões, a interação será ainda mais prazerosa: a criança pode jogar uma bolinha para o cão buscar e este perceberá o quanto aquela “mini pessoa” é divertida!
É importante observar as reações do animal e sempre que ele se mostrar alegre, tranquilo e receptivo à presença da criança, deverá ser prontamente incentivado e muito recompensado!
Por outro lado, se o cachorro for agressivo, ou tiver histórico de agressão, é muito importante que este tipo de aproximação seja feito com o auxílio de um profissional especialista em comportamento canino.
Assim, com cuidado, atenção, persistência e paciência, é possível garantir a todos – bebês, crianças e cães – momentos deliciosos durante a tenra infância, além de permitir à criança que cresça convivendo com um animal de outra espécie, o que é absolutamente saudável do ponto de vista emocional!
Atenção: cães e bebês/crianças pequenas nunca devem ser deixados sozinhos sem supervisão, mesmo que o cão seja dócil e tranquilo. A curiosidade dos peludos e/ou das crianças, pode acabar em acidente.
Fonte: R7