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CONSCIENTIZAÇÃO

“Cães com deficiência física não são limitados”, diz protetora

3 de janeiro de 2022
Vanessa Santos | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Félix Zucco | Agência RBS

O sonho de todo animal que é resgatado, é ter uma casa acolhedora com uma família amorosa. Boa parte dos cães e gatos que são resgatados em situação de rua vão para abrigos ou lares temporários, que não conseguem suprir a necessidade de afeto individual dos animais. A situação se complica ainda mais quando os cãezinhos tem alguma deficiência. Por conta do preconceito ou da falta de informação, muitas pessoas tem o receio de adotar animais especiais, e eles esperam, às vezes, anos para serem adotados.

Adriana Medeiros, 51 anos, é uma das fundadoras da ONG Au Que Mia, que atua no resgate e acolhimento de animais em situação de vulnerabilidade na capital Porto Alegre (RS) e toda a região metropolitana.

Ela conta que conheceu Pretinha em uma publicação no Facebook, o tutor da cachorrinha queria doá-la ou então iria pagar para matá-la em uma clínica.

Foto: Félix Zucco | Agência RBS

A protetora ficou indignada com a situação da cachorrinha, e por não aceitar um destino tão cruel para uma condição que é possível conviver, decidiu acolhê-la. “Pretinha estava grávida”, diz Adriana, que internou o animal duas semanas após o resgate para realizar uma cesariana. A cadelinha deu à luz 3 filhotinhos, infelizmente um morreu, mas os outros dois foram adotados.

Hoje Pretinha conta com o auxílio de uma cadeira de rodas adaptada para ela. A cadela mora com Adriana na Stella Maris, em Alvorada. Ela diz que o recomendado para animais cadeirantes é ficar até quatro horas por dia na cadeira, mais tempo do que isso pode causar desconforto. Mesmo fora do aparelho, Pretinha consegue se locomover com suas duas patas da frente. Ela utiliza fraldas e uma proteção para não se machucar, já que seu corpo fica em contato direto com o chão.

Foto: Félix Zucco | Agência RBS

A protetora mantém com ela mais dois cães com deficiência física. Ratinho, que foi resgatado há quatro anos com sequelas da cinomose, e tem uma das patas dianteiras atrofiada por causa da doença. E Rex, que foi atropelado. O cãozinho precisou passar por uma cirurgia, mas passou a ter andar medular, condição que o faz caminhar “de forma mais robotizada”, comenta a protetora.

Para Adriana, a situação dos animais não limita a vida deles. “A deficiência não os impede de terem uma família, de se acostumarem com uma nova família. Sempre que adotamos um animal, independentemente da idade ou condição dele, temos que passar pelo período de adaptação, para conhecer o cão ou gato, e entender os cuidados que eles demandam de nós. As pessoas deveriam adotar animais por suas personalidades e não por suas características físicas”, pontua a ativista.

“A deficiência não o impede de viver”

A ONG Au Que Mia conta com uma equipe de 17 voluntários que acompanham as famílias que adotam os animais da entidade. Para adotar, os tutores precisam atender alguns requisitos e passam pela avaliação da equipe de proteção animal. A medida visa diminuir casos de devolução ou maus-tratos, garantindo a integralidade física dos animais.

Foto: Félix Zucco | Agência RBS

Alecrim foi abandonado idoso. Quando foi feito seu resgate, o cachorro estava com a saúde muito debilitada e uma de suas patas estava inflamada, chegando a ficar 11 dias internado. A patinha de Alecrim precisou ser amputada depois que seu quadro de saúde evoluiu para uma infecção generalizada.

A técnica de enfermagem Lúcia Janson, 71 anos, que mora no bairro Menino Deus, viu Alecrim em uma publicação nas redes sociais. “Me indignei e disse “Vou pegar esse cachorrinho pra mim”. A deficiência não o impede de viver. Chegou mais quietinho, mas agora está ficando muito esperto. Ele é super importante para mim. Meu amor de cachorrinho”, declara a tutora, que está com o animal há três meses.

Foto: Félix Zucco | Agência RBS

Para saber mais informações sobre como realizar uma adoção, clique aqui.

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