O trabalho realizado pelo ativista e veterinário polonês Jakub Kotowicz tem sido uma referência de compaixão, competência e verdadeiro amor pela profissão e pelos animais. Ela já salvou mais de 200 gatos e 60 cães em apenas uma viagem. Ele resgata animais nas zonas de confronto assoladas por bombardeios e os leva em segurança para a Polônia, onde tem uma estrutura bem paramentada para cuidar animais com quadros mais graves. Um dos principais focos da equipe de Kotowicz são os animais que foram atingidos por balas e estão com fragmentos alojados em seus corpos.
Um dos casos mais delicados é o de um cãozinho que está um prójetil preso na coluna e talvez não volte a andar. Há ainda o caso da pequena cabra Sasha, de apenas dois meses de idade, encontrada com as patas gravemente feridas. É possível que a cabra desenvolva uma deformação e precise de cuidados especiais para o resto da vida. Além dos problemas físicos, Sasha está traumatizada, foi separada de sua mãe e espera um futuro incerto. Agora, ela divide uma caminha com duas cadelinhas, que a acolheram e a ajudam a não se sentir só e desamparada.
Kotowicz conta que precisou comprar dois carros para otimizar os resgates. Como passar pelas fronteiras é arriscado, ele preferiu aumentar sua frota para resgatar o máximo de animais em uma só viagem. Ele contou ao Metro que muitos animais estavam tão feridos que não sobreviveram ou precisaram ser sacrificados, porque estavam em sofrimento profundo. O veterinário planeja ainda comprar uma nova ambulância e alugar um novo espaço para acolher os animais em recuperação. “Os animais que estão em muito mau estado ficam conosco por dois ou três meses”, afirmou.
Na Polônia, há veterinários solidários da Dinamarca, do Canadá e dos EUA. Todos dispostos a ajudar o máximo de animais resgatados. Kotowicz explica que, agora, o principal desafio será realojar os animais que estão reabilitados e saudáveis. Ele está pedindo que pessoas de várias partes da Europa se candidatem a adotar um animal salvo da guerra, pois muitos deles foram abandonados ou já viviam em situação de rua. Eles não terão para onde ir, pois os abrigos ucranianos, poloneses e romenos já estão sofrendo com superlotação e limitação de recursos.