Um vídeo emocionante tem chamado a atenção dos amantes de animais durante o último mês, mostrando o cuidado especial que tem um cachorro para crianças com Síndrome de Down. No filme em questão, podemos ver o garoto argentino Hernán sendo cuidado e ganhando mil carinhos de um cão labrador, que tenta formar uma amizade com o pequeno portador da síndrome, enquanto o abraça.
Bastante úteis e de grande ajuda para pessoas portadoras de variados tipos de deficiência – como as visuais, através dos cães-guia – o cachorro para crianças com Síndrome de Down pode fazer uma diferença enorme no processo do seu desenvolvimento intelectual e físico, e terapias que usam cães para incentivar os portadores da síndrome a progredir em diversos âmbitos começam a ganhar mais espaço no país.
As dificuldades pelas quais passa um portador da Síndrome de Down são variadas, e incluem fatores como a dificuldade de aprendizado, problemas de coordenação motora e obstáculos para a interação social. Com a ajuda dos “cães terapeutas”, tais complicações podem ser bastante amenizadas e simplificadas, aumentando a capacidade de desenvolvimento dos portadores e a especialização dos animais.
Nos dias de hoje, já é provada a influência positiva dos animais nas pessoas acometidas por problemas e doenças das mais variadas – tanto que muitos hospitais já reservam períodos especiais para a visita de animais domésticos a seus pacientes, melhorando o ânimo e a motivação deles. Conheça, abaixo, em que aspectos os cachorros podem ajudar as crianças com Síndrome de Down, e veja que características o animal deve ter para poder se tornar uma ferramenta de ajuda no desenvolvimento de pessoas com deficiências.
Se os animais já colaboram com a motivação de pessoas doentes, no caso dos excepcionais essa ajuda pode ser ainda maior, e tanto a convivência social como a coordenação motora das crianças portadoras da Síndrome de Down podem evoluir bastante com as terapias que tem os cachorros como base.
De acordo com a psicopedagoga Eliane Pereira da Silva – que trabalha com crianças excepcionais e portadoras da Síndrome de Down há mais de 15 anos – esse tipo de terapia pode ensinar muito em diferentes aspectos; no entanto, só deve ser executado com os pequenos que aceitam bem a presença de animais, já que muitos deles têm pavor de qualquer contato com animais.
“A convivência das crianças excepcionais com os cães pode ajudar muito na questão da interação social, além de incentivar os pequenos a lidar com responsabilidades e influenciar a superação de seus limites”, explica Eliane, acrescentando que até o simples fato de um cão andar ao lado de um pequeno excepcional já pode ajudá-lo a ter uma orientação melhor de direção, colaborando com a evolução da coordenação motora.
O senso de responsabilidade e a sociabilidade são outros fatores igualmente beneficiados pela terapia com cães. “O fato de a criança poder interagir com os cães facilita o entendimento de responsabilidade, pois é possível incentivá-los a realizar tarefas como dar comida e ter cuidados especiais com os animais, por exemplo. Na convivência da criança com o cachorro no dia-a-dia ela acaba desenvolvendo, também, a questão social; já que eles tendem a conversar bastante com o animal, e isso pode aumentar a sua capacidade de socialização e de formar laços afetivos”, explica a especialista.
Segundo ela, a superação de limites é outro ponto importante e benéfico desse tipo de terapia, pois, ao interagir com os cães, as crianças acabam se esforçando mais para acompanhá-los e realizar tarefas em conjunto – ações que, consequentemente, levam os portadores da síndrome a ultrapassar barreiras de uma maneira natural.
Embora a variedade de locais que realizam esse tipo de trabalho no Brasil ainda seja limitada, já há instituições que apostam nos animais como ferramenta de terapias diversas, como o INATA – Instituto de Ações e Terapias Assistidas por Animais; que trabalha tanto com excepcionais como com idosos e portadores de doenças variadas. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais da cidade de Descalvado (SP) é outra que aposta nos cães como terapeutas, e tem obtido resultados cada vez melhores no trabalho dos animas com as crianças portadoras da síndrome.
É importante lembrar que, da mesma forma que os pequenos com Síndrome de Down com fobia de animais não devem ser forçados a terapias desse tipo, todos os cachorros que forem trabalhar em projetos terapêuticos devem ser extremamente treinados e dóceis, já que apertões e tapas são reações relativamente comuns por parte das crianças com a síndrome, e os animais devem ser bastante tranquilos e calmos para lidar com esse tipo de ação sem maiores problemas.
Confira e se emocione o vídeo do labrador com um pequeno portador de síndrome de Down:
Fonte: Cachorro Gato