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Cães abandonados recebem 'chamego natalino' em Petrópolis (RJ)

16 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Mané recebe o carinho de Mariangela, que apoia a atitude das comerciárias. (Foto: Fernanda Soares/G1)
Mané recebe o carinho de Mariangela, que apoia a atitude das comerciárias.
(Foto: Fernanda Soares/G1)

Uma cena chama a atenção de quem passa pela Praça Paulo Carneiro, no encontro das ruas Marechal Deodoro e General Osório, no Centro de Petrópolis, Região Serrana do Rio. Três cães dormem na rua, o que não é novidade. Mas há dois anos eles ganharam camas, cobertas, potes com água e, agora, decoração natalina. Se sentem em casa e realmente têm pessoas que zelam por eles. Xexelito, Sorriso e Mané são cães comunitários, termo usado para animais abandonados que são tratados por um ou mais grupos de pessoas. Atualmente, as cuidadoras estão em campanha. O objetivo é arrecadar dinheiro para pagar a hospedagem dos cachorros durante as festas de fim de ano, por conta dos fogos de artifício.

Camila, grávida de oito meses, e Carla paparicam Xexelito. (Foto: Fernanda Soares/G1)
Camila, grávida de oito meses, e Carla paparicam
Xexelito. (Foto: Fernanda Soares/G1)

A campanha é promovida por Camila Morais, de 32 anos, grávida de oito meses do Pedro, Carla Costa, de 29 anos, e Raquel Medeiros Gonçalves, de 29 anos. Elas são funcionárias de uma loja e há dois anos se sensibilizaram com os animais. Agora, elas querem garantir um Natal e um Ano Novo tranquilo para os bichinhos. “Queremos colocá-los em uma hospedagem, por isso, estamos em campanha para arrecadar dinheiro. Eles já se assustam com outros barulhos, com fogos, então, ficarão desesperados”, explicou Camila. Os gastos, incluindo a diária e algumas exigências como banho e medicamentos para eliminar pulgas, ficarão próximos dos R$ 800.

A iniciativa de dar uma vida mais confortável aos animais de rua enfrentou e enfrenta até hoje críticas negativas. Mas a maioria das pessoas apoia, como é o caso da fisioterapeuta Silvia França, de 50 anos. “Eu acho fantástico. Tem muitos cães na ruas e o nosso clima é frio, coitadinhos”, disse. A advogada Marley de Souza Taveira, de 76 anos, e a professora Mariangela Campos, de 57anos, também são à favor do tratamento dado aos cachorros. Elas têm um apartamento no prédio em frente ao “lar” dos cães e afirmam que não sofrem nenhum tipo de incômodo. “É uma atitude maravilhosa que ajuda a minimizar o sofrimento deles”, define Marley.

Camila, Carla e Raquel recebem ajuda também de entidades como o Pró Patinhas, um grupo de proteção animal da cidade, além de doações aleatórias.

Sorriso é idoso e recebe tratamento especial. (Foto: Fernanda Soares/G1)
Sorriso é idoso e recebe tratamento especial.
(Foto: Fernanda Soares/G1)

As funcionárias ainda usam a criatividade para arcar com as despesas de alimentação e cuidados veterinários, realizando rifas e outras campanhas. “Achou bonitinho, a gente vai ali na porta, conversa e vê se a pessoa quer ajudar”, brinca Camila, lembrando que o Xexelito fez tratamento para curar a cinomose recentemente.

A doença é grave e o cachorro precisou ficar internado. Os gastos foram altos, mas com apoio elas conseguiram custear tudo.

À noite as caminhas são guardadas e os cães partem para suas segundas opções. O Sorriso, que é idoso, dorme em um shopping. “Ele caminha com a gente todo dia até o local. Nos despedimos, ele atravessa a rua e no dia seguinte de manhã está na praça de novo”, revelou Carla. O Xexelito e o Mané ficam em um ponto de táxi próximo, onde também são tratados com carinho. “Os taxistas gostam e cuidam deles também”, pontuou Camila.

Fonte: G1

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