A superpopulação de cães abandonados está preocupando Organizações Não Governamentais (ONGs) e a Prefeitura de Arapongas. Até o início do ano que vem, a intenção é colocar em prática um amplo projeto na cidade para amenizar o problema. A ideia é incentivar adoções desses animais e também realizar castrações, segundo informa o secretário de Meio Ambiente, Justo Marques.
Criada há quatro anos, a Organização de Proteção aos Animais de Arapongas (OPAA) atua para tentar retirar os cães das ruas, garantindo aos bichos um lar. A voluntária da OPAA, Gracieli Coelho, diz que a entidade funciona ainda em instalações precárias. São cerca de 100 animais abrigados, no entanto, as instalações têm capacidade para atender somente 60. “Estamos com superlotação e não temos mais condições de recolher mais nenhum animal”, conta.
De acordo com a voluntária, Arapongas têm uma superpopulação de cães abandonados. “Não há um número oficial, mas são milhares de animais desprotegidos pelas ruas da cidade”, afirma a voluntária.
As estruturas da ONG não conseguem suprir a demanda. Para tentar remediar alguns casos, os 25 voluntários fazem diversas ações para arrecadar dinheiro e continuar com as atividades da instituição. “Tudo que fazemos custa dinheiro e, para pagar, temos que fazer várias ações, como rifas, bingos e encontros”, comenta a voluntária.
Muitos dos animais que são abandonados nas ruas estão doentes ou são considerados agressivos. Gracieli conta que muitos tutores tratam os bichinhos domésticos como descartáveis e, quando não querem mais, os mandam embora. “As pessoas não têm consciência de que o cãozinho não é um objeto que se pode jogar fora quando não quer mais”, reclama.
A voluntária conta ainda que muito moradores da cidade reclamam que a ONG não presta um trabalho de qualidade, porque não resgata todos os cães abandonados. No entanto, ela explica que não há condições para abrigar todos os animais que estão nas ruas de Arapongas, por isso, a equipe da instituição faz uma triagem e seleciona os que serão atendidos.” Priorizamos os que estão doentes e que foram atropelados”, explica a voluntária.
Atropelamentos
De acordo com dados das ONG, cerca de 20 animais são resgatados todos os meses após serem vítimas de atropelamento. Os casos já se tornaram rotineiros na cidade e isso preocupa os integrantes da OPAA. “Muitos motoristas atropelam e não param para socorrer, daí entramos em ação para salvar a vida do animal”, conta.
Para diminuir o índice de animais abandonados pelas ruas da cidade, a voluntária defende a realização de um mutirão de castração. “Acho que com a castração o número de cães nas ruas pode diminuir consideravelmente”, completa.
Fonte: TN Online