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Cães abandonados preocupam moradores de bairros afastados em Franca (SP)

28 de dezembro de 2015
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Cachorro anda por rua do Residencial Palermo, próximo a abrigo improvisado pelos moradores para abrigar os animais abandonados
Cachorro anda por rua do Residencial Palermo, próximo a abrigo improvisado pelos moradores para abrigar os animais abandonados

Um abrigo improvisado no canteiro de uma avenida, latinhas com ração ou água e restos de comida colocados em calçadas. Essas são cenas comuns em alguns bairros da cidade e mostram um problema que tem preocupado e causado transtornos a moradores de bairros periféricos: o abandono de animais.

A questão traz prejuízos para os animais e para os população. De um lado, os animais passam fome, correm risco de contrair doenças ou serem atropelados. Do outro, os moradores reclamam que os cães podem provocar acidentes porque costumam correr atrás de motociclistas e ciclistas, além de rasgar sacos de lixo e sujar calçadas com fezes.

Para tentar minimizar os problemas, tanto para o animal quanto para a vizinhança, algumas pessoas procuram cuidar como podem, mas afirmam que não estão dando conta, devido à quantidade de bichos soltos nas ruas.

Na avenida José Ariovaldo Mambrini, no Residencial Palermo, uma estrutura de fibra, vedada com sacos plásticos virou uma “casinha” para quatro cachorros.“Se a gente não fizer nada, não sei o que seria deles, mas nem a gente, nem as ONGs dão conta de recolher e ajudar todos os animais”, disse o professor Wellington Campanari, 32, que montou o abrigo. Ele leva água e alimentos diariamente para os cachorros e dá assistência veterinária quando necessário. Uma cachorra do grupo foi castrada e está sendo medicada, pois se machucou após ter se envolvido em uma briga com um pit bull, também abandonado.

“As pessoas aproveitam o fato do bairro ser afastado e abandonam os animais aqui. Um dos pontos em que isso acontece com frequência é a rodovia Nelson Nogueira, que é perto daqui”, disse o morador do Palermo.

No Distrito Industrial, o problema se repete. Alguns animais se refugiam nas empresas em busca de abrigo da chuva e do frio e de algum tipo de alimento. Segundo Fernanda Silva, 31, recepcionista de um dos curtumes do bairro, oito cachorros “moram” no local. “Eles entram pela cerca para se protegerem quando chove e as pessoas dão comida para eles. Agora, como os funcionários estão de férias, eles ficam procurando comida nos lixos da rua”, disse a recepcionista.

Na empresa Seleta, também localizada no Distrito Industrial, vários cães rodeavam os funcionários que almoçavam na calçada, na semana passada. Alguns jogavam o resto da comida para os animais, que já se acostumaram a ser tratados ali. “Eles são castrados e, às vezes, até fazemos vaquinha para comprar ração para eles”, disse o jardineiro Roberto Pereira, 53.

Controle

A Divisão de Vigilância em Saúde, da Prefeitura, reconhece que o problema do abandono vem crescendo na cidade, principalmente nos bairros distantes da região central. A Prefeitura apenas recolhe animais atropelados e que precisam ser castrados, no entanto, eles são devolvidos para as ruas após os procedimentos necessários. Animais que tenham atacado alguém também vão para o Canil Municipal e costumam ser liberados após um processo de ressocialização. “Apesar de ajudar os animais, mais cachorros se acumulam nos bairros quando as pessoas tratam. O ideal seria achar um lar definitivo para eles”, afirmou o diretor da Vigilância em Saúde, José Conrado Netto.

Para fazer denúncias e pedir orientações, a população pode ligar na Sala de Proteção Animal, no (16) 3711-9448.

Fonte: GCN

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