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SEGUNDA CHANCE

Cães abandonados para morrer em posto de gasolina são acolhidos por funcionários em Santa Catarina

Os cachorros vivem às margens da rodovia onde foram abandonados; os três contam com casinha, comida e coberta quentinha

19 de agosto de 2025
Fernanda Silva
3 min. de leitura
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Foto: Carlos Júnior/A Notícia

Quem chega em um dos postos de combustível da SC-108, em Guaramirim, se depara com três “frentistas” diferentes. Os clientes que param no local são recebidos por um trio que foi abandonado às margens da rodovia e acabaram acolhidos pelos trabalhadores do posto. Hoje, os três contam com casinha, coberta quentinha, comida de qualidade e até banhos de pet shop.

O primeiro que chegou ao local foi Negão, há pouco mais de dois anos, contam as funcionárias Lucileide Muniz e Tamires Mariano Florencio. Ambas reforçam que a atitude de acolher o animal veio da supervisora Leila Petry, que está sempre atenta se os animais precisam de algo. Ela e os trabalhadores do local são quem cuidam dos três cães.

“Primeiro veio o Nego, bem debilitado, arisco, assustado, machucado. Eu acolhi e conversei com ele, pedi se eu podia cuidar dele, se ele queria ficar aqui, que a gente ia alimentá-lo, dar água, dar carinho, a gente ia fazer o possível para ele ficar aqui com a gente. Ele olhava assim com os olhão, sabe? Sabe uma criança tipo assim: “quero”. Mas, ele tinha medo de ainda ser machucado. A gente foi com jeitinho e aí ele foi devagarzinho, deixou a gente pegar nele, deixou a gente cuidar, tratar e aí a gente pegou para nós”, conta a funcionária.

Muitos animais são abandonados na região do posto, que fica nas margens da rodovia. Lucileide explica que eles já tiveram mais de meia dúzia de cachorros no estabelecimento, mas que eles acabaram sendo adotados por clientes. Para ela, o abandono é cruel e os animais são deixados lá para morrerem por conta da estrada onde passam veículos em alta velocidade.

“Na verdade, eles soltam justamente para morrer na rodovia. Isso me enfurece tanto, sabe? Porque eles não têm culpa. Eles não são descartáveis. Então assim, me enfurecia muito, mas aí eu procurei entender que não está no meu controle”, cita Lucileide que faz o que pode, que é dar amor, comida e acolher os cães abandonados.

Foto: Carlos Júnior/A Notícia

Além de Negão, também vivem no local Princesa e Caramela. Além da supervisora e dos outros funcionários, os clientes também ajudam a cuidar dos animais.

“Às vezes os clientes também fazem uma caixinha, deixam R$ 10, compram um bolinho de carne, deixam dois, três bolinhos de carne pagos para eles. E a gente cumpre, mostra para o cliente que a gente serve eles muito bem e que não é só o bolinho de carne, que a gente pega essa ajuda de custo para comprar ração da melhor que tem. Eles são muito bem tratados, acolhidos, são bem carinhosos com todos nós e bem protetores”, cita Tamires.

Tamires e Lucileide também explicam que todos os três são castrados. Eles recebem apoio de Organizações Não Governamentais (ONGs) da região e também da prefeitura da cidade, que ajudaram a custear a castração do trio.

Apesar do abandono e descaso que marcaram a história de Negão, Caramela e Princesa, o acolhimento e amor curaram cicatrizes e, agora, os cães transmitem esse sentimento ao cuidarem do posto e ao receberem os clientes com os rabinhos abanando.

Fonte: NSC Total

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