As cadelas que foram resgatadas na Pedra do Penedo, na Baía de Vitória, no Espírito Santo, receberam a visita de uma bombeira que participou do resgate. Batizadas com os nomes Vitória e Guerreira, elas se recuperam em uma clínica veterinária.
Testemunhas relatam que as cadelas foram jogadas na água na noite de segunda-feira (11) por uma pessoa em uma lancha e nadaram até a pedra, onde se abrigaram. O Corpo de Bombeiros foi acionado e esteve no local na mesma noite, porém, a baixa luminosidade impediu o resgate, que foi retomado e realizado com sucesso no dia seguinte. Os militares chegaram no local na manhã de terça-feira (12) e levaram quase 10 horas para salvar as cadelas.
“Nós chegamos à conclusão de que a melhor forma era criar uma via através de escalada, acessar a parte superior, onde as cadelas estavam, e depois fazer um rapel. Eu desci, as cadelas continuaram fugindo até chegarem na água, onde a equipe de mergulho fez tudo que era possível para resgatá-las com segurança”, explicou ao G1 o sargento Josué.
De acordo com o sargento Bento, que estava na embarcação, as cadelas estavam assustadas e isso dificultou o resgate. “Quando trata-se de um ser humano, é comum ele querer ser salvo. Já o animal não tem essa questão. E, naquela ocasião, eles estavam estressados. Provavelmente, porque foram escorraçados por algum humano e toda vez que algum humano se aproximava, eles tentavam fugir”, disse.
“Tivemos muita dificuldade, porque eles estavam muito estressados. Toda vez que abordamos, eles fugiam, estavam ariscos, mordendo. Então a gente teve essa dificuldade para acessá-los, colocá-los no barco e trazê-los com segurança para a margem”, confirmou a tenente Andresa.
Na clínica veterinária onde estão internadas, no Jardim Camburi, as cadelas estão sendo tratadas pela médica veterinária Viviane Santana. “A Vitória chegou num quadro de hipotermia, em função de tudo que passou, a gente teve que aquecê-la. As duas chegaram muito assustadas, ainda estão um pouco. A gente está trabalhando essa questão humanitária, para reverter o trauma que elas passaram”, disse a profissional.
As cadelas foram levadas para a clínica por uma protetora de animais, que também foi a responsável por conseguir novos lares para Vitória e Guerreira. “Primeira providência que nós tomamos foi trazer para um clínica confiável, para estabilizar a saúde e depois pensar em adoção”, contou Clara Orlandi. As duas cadelas já tem famílias interessadas em adotá-las.
Comovida com a história das cadelas, a tenente Andresa, que participou do resgate, esteve na clínica para visitá-las na quarta-feira (13). “Feliz por elas estarem se recuperando”, afirmou.
Denúncia
A Polícia Civil emitiu nota por meio da qual reforçou que denúncias de maus-tratos a animais podem ser registradas em qualquer delegacias e também pelo Disque-Denúncia 181 ou ainda pelo site disquedenuncia181.es.gov.br.
É necessário que as ocorrências sejam formalizadas pra que a Polícia Civil seja informada sobre os casos e os investigue. O autor do crime é autuado no Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais por maus-tratos a animais e pode ser condenado à detenção de até um ano, além de multa. No entanto, por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo, o infrator não costuma ser preso, já que a pena acaba sendo substituída por punições alternativas, como a prestação de serviços comunitários.