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Cadela vítima de maus-tratos é resgatada, em Bauru (SP)

18 de julho de 2011
4 min. de leitura
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Talvez os maus-tratos a animais estão com os dias contados em Bauru (SP). Depois de diversas denúncias, dessa vez a Justiça autorizou um mandado de busca aos policiais civis do Distrito Policial (DP) de Crimes Ambientais para apreensão de uma cadela que era constantemente agredida pelos tutores e vivia em local impróprio.

A denunciante, Damair Pereira de Almeida, delegada da Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat, conta que recebeu inúmeros relatos de agressão. “As pessoas disseram que a cachorrinha era agredida constantemente e que não vivia em local adequado. Nós fomos lá, conversamos e como os relatos continuaram, fizemos o boletim de ocorrência (BO)”, contou.

O BO, que narrava o histórico de maus-tratos à cadelinha, foi registrado no último dia 7, quinta-feira. Depois disso, cabia à Polícia Civil apurar o caso, como fez o delegado titular do DP de Crimes Ambientais, Dinair José da Silva. Um termo circunstanciado foi instaurado para que as investigações iniciassem.

“Nós fomos até o local e constatamos a situação em que se encontrava o animal. Ele estava magro e mordia as grades do portão, parecendo que queria sair daquele local. Não havia ninguém no local. Também havia fezes de vários dias espalhadas pelo quintal”, relatou o delegado.

Apreensão

Após essa data, e os fatos constatados, Dinair solicitou ao juiz que deferisse o mandado de busca e apreensão da cadelinha. “Os relatos das pessoas mostram que uma das últimas vezes que a cachorra foi agredida, o tutor deu um grito com ela e logo em seguida veio a pancada e o choro da cachorrinha. Tudo o que indica uma agressão. Acredito que foi desta vez que ela machucou a pata”, acrescentou Damair.

Anteontem à tarde, Dinair recebeu a resposta que aguardava: o juiz havia deferido seu mandado de busca e apreensão. A cadelinha já podia ser resgatada. E foi o que aconteceu na tarde de ontem. “Nós chegamos lá e não havia ninguém. Uma vizinha abriu o portão, porque tinha a chave e nós pegamos a cachorrinha. Parecia que ela queria sair daquele local”, contou Dinair.

Em um espaço do DP de Crimes Ambientais, com água e comida abundantes e um espaço para correr, mesmo com a pata traseira machucada, a cadelinha parecia feliz. Não parava de correr, queria brincar. Deitava no chão para ganhar carinho. Talvez essa palavra ela nunca soube o significado em sentimentos antes de chegar ali, trazida pelos policiais civis.

Serviço

O Distrito Policial de Crimes Ambientais fica na avenida Comendador Daniel Pacífico, 2-117, Vila Martha, e deve ser acionado em casos de maus-tratos a animais. As denúncias podem ser feitas anonimamente pelos telefones (14) 3238-7377 e (14) 3238-5151, ou ainda pelo e-mail dp01bauru@policia civil.sp.gov.br.

Penalidade

O delegado titular do DP de Crimes Ambientais, Dinair José da Silva, esclarece que a tutora do animal, que reside no Parque São Geraldo em Bauru, mesmo local aonde a cadelinha foi apreendida com sinais de maus-tratos, foi autuada por crueldade contra animais. A penalidade está prevista no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais que prevê detenção de três meses há um ano mais multa, se for julgada culpada.

A tutora da cadelinha, que teve a identidade preservada, poderá ter a pena revertida ainda em prestação de serviços à comunidade ou pagamento de cestas básicas. A cadelinha apreendida foi encaminhada à Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat e já possui quatro pretendentes para adoção. “As pessoas precisam ter a consciência de que os animais são membros da família e precisam de carinho e cuidados”, enfatizou a delegada da Mountarat, Damair Pereira de Almeida.

Falta de estrutura

O fato retoma um assunto já abordado pelo Jornal da Cidade na última quinta-feira, a falta de políticas públicas para dar seguimento aos casos de maus-tratos a animais em Bauru. O delegado titular do DP de Crimes Ambientais, Dinair José da Silva, agradece o trabalho das ONGs e voluntariados da cidade.

“Eu gostaria de parabenizar o trabalho das ONGs que se desdobram para ficar com os animais e conseguir novos tutores a eles, além de outros trabalhos feitos por essas entidades. Muitas vezes elas acabam fazendo uma inversão de valores com o poder público, que não possui local para abrigar esses animais”.

E o cavalo Fuzil?

Por falar em maus-tratos, não podemos esquecer da história do cavalo Fuzil, flagrado em péssimas condições, diarreia e feridas no lombo, no Jardim Marambá em Bauru, na tarde da última segunda-feira. O caso também está sendo investigado no DP de Crimes Ambientais, onde um termo circunstanciado foi instaurado.

“Estamos investigando e já ouvimos o proprietário do animal. Ele disse até que podem ter tentado envenenar o cavalo. Nós vamos apurar”, frisou Dinair José da Silva, delegado titular do DP de Crimes Ambientais de Bauru.

Fonte: JCNet

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