Por David Arioch
Ontem, uma cadela da raça pit bull testemunhou em um julgamento de maus-tratos a animais contra o seu ex-tutor em Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha.
Em determinado momento da audiência, a juíza Sandra Barrera pediu que “entrasse a testemunha prejudicada, a cadela Milagros”, segundo a Agência EFE, da Espanha. A iniciativa da juíza foi elogiada e abriu um precedente para uma discussão mais ampla sobre maus-tratos aos animais.
A magistrada argumentou que embora “a pitbull não pudesse falar”, ela testemunharia acompanhada do médico legista e da acusação que explicaram as lesões sofridas pela cadela, que havia sido colocada dentro de uma mala e despejada em uma caçamba de lixo em 2012.
À época, pessoas que passavam pelas imediações ouviram os latidos da cadela e conseguiram fazer um buraco na mala, que estava fechada, para que a cachorra pudesse respirar, garantindo a própria sobrevivência.
De acordo com a EFE, o depoimento do acusado foi transmitido de Sevilha por videoconferência, já que ele cumpre pena de prisão preventiva por envolvimento em roubo. Na ocasião, o homem admitiu tê-la jogado em uma caçamba de lixo, porém sustentou que pensou que Milagros estivesse morta.
Agora o Ministério Público, atendendo a uma solicitação do abrigo de animais Valle Colino, responsável pelo resgate da cadela há sete anos, quer que o acusado seja condenado a nove meses de prisão.
Agora Milagros tem uma nova família e está bem saudável. No entanto, Adriana Naranjo, do Valle Colino, declarou à EFE que a situação dela era terrível em 2012:
“Ela estava em choque quando foi resgatada. Ficou fechada em uma mala que mal cabia ela e sequer podia respirar, e seu corpo estava cheio de mordidas de outros cães.”