Foram os latidos da cadela Safira que avisaram a aposentada Maria Cléa da Costa que havia um bebê abandonado no quintal de sua casa. O menino estava enrolado apenas em um lençol, ainda com cordão umbilical. Após encontrar a criança, a dona da casa acionou a polícia, que fez o resgate no último sábado (6), em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
“Eu tinha acabado de dar banho em um dos cachorros. Ela [Safira] ia lá onde eu estava e voltava, eu achei estranho e fui ver o que ela tentava me mostrar. Foi aí que ela começou a latir, até eu chegar no local. Quando vi aquele amontoado de pano, pensei que ela estava rasgando alguma roupa minha. Mas aí ela ficou encostando a patinha no chão e latindo, como quem diz pra eu tirar o pano. Aí quando tirei, vi que era um bebezinho”, relata.
Ao todo, Maria Cléa da Costa tutela cinco cachorros. Safira, a mais nova, de apenas 6 meses, por pouco não foi doada para parentes do interior do Ceará. Ela nasceu em uma ninhada de 6 cachorros, onde três morreram e dois foram doados.

Safira, a menorzinha e que aparentava ser mais frágil, ficou com Maria Cléa apenas por medida de proteção, o seu destino seria a doação. Porém, a doçura e brincadeiras da cadela conquistaram a dona da casa, que passou a criá-la. Ela é a única criada dentro de casa, e na maior parte do tempo fica brincando com objetos e correndo pelo terreno, que tem 120 metros de extensão.
Por coincidência, o local onde a criança foi deixada é o mesmo para onde a cadela levava objetos da casa para brincar. Para se precaver de possíveis acidentes, Maria Cléa deixa Safira presa dentro de casa. “Como aqui só é cercado, ela podia fugir e ir direto para a avenida. Muitos cachorros já morreram atropelados, por isso eu tenho esse cuidado. É a alegria da casa, eu quero muito bem a ela. A maior recompensa que eu posso dar é o amor”, conta.
Socorrido por policiais do Ronda do Quarteirão, o recém-nascido (de aproximadamente 5 dias) foi encaminhado ao Hospital e Maternidade Santa Terezinha, no Bairro Jurema. Em seguida, foi levado a um abrigo do Conselho Tutelar de Caucaia. A polícia deve abrir inquérito para descobrir quem são os familiares do recém-nascido. Se a mãe for identificada, pode responder por abandono de incapaz. Caso contrário, o bebê deve aguardar adoção.
Fonte: Tribuna do Ceará