Uma cadela em situação de rua salvou a vida de um bebê abandonado dentro de um saco plástico no Quênia. Descartada com poucos dias de vida, a menina sobreviveu graças ao animal, que a retirou do local onde ela estava e cuidou dela.

Parecendo ter direcionado seu instinto materno à menina, a cadela não só a carregou consigo, como a colocou em meio a sua ninhada de filhotes. A garotinha foi encontrada enquanto a cadela lutava para sobreviver buscando comida no lixo em uma região próxima a uma floresta.

Testemunhas afirmam que a cadela passou por uma cerca de arame farpado carregando a sacola com o bebê dentro nas proximidades da Floresta Ngong, na capital Nairóbi. Stephen Thoya foi uma dessas pessoas a testemunhar o gesto de amor da cadela.

Não se sabe ao certo como a menina não morreu sufocada dentro da sacola antes de ser encontrada pelo animal. Enrolada em uma camisa velha, ela foi socorrida e levada a um hospital. De acordo com a médica Linet Gogany, o bebê deve ter ficado sozinho, em condição de abandono, por pelo menos dois dias antes de ser encontrado pela cadela. Isso porque havia vermes em seu cordão umbilical, o que indicava que a menina teria ficado sem cuidados por dias.

Embora frágil, ela tem se recuperado bem e pesa 3,3 kg. De acordo com um dos médicos do Hospital Nacional Kenyatta, que concedeu entrevista à agência de notícias Associated Press, a garotinha “está bem e respondendo ao tratamento e tomando antibióticos”.

No Quênia, é comum que bebês indesejados sejam abandonados. Esses crimes são fruto da pobreza local e também de problemas de relacionamento entre casais. Dentre os casos registrados, há até bebês jogados em poços para serem mortos. A frequência com que essas práticas cruéis acontecem também está associada a falta de segurança social e de assistência policial que geram impunidade.

Neste caso em específico, a comunidade se comoveu bastante ao saber da atitude da cadela e, com isso, o bebê passou a receber doações de fraldas e roupas. Não foi informado se a cadela foi retirada das ruas ou se continua sofrendo com o abandono mesmo após ter realizado um gesto tão nobre.