Pitty é um dos animais mantidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município de São Paulo. A cadela, que já é idosa, vive há longos dez anos dentro de uma baia. Ela foi resgatada pelo CCZ em 2008, mesmo ano em que foi sancionada a lei que proibiu o sacrifício de animais saudáveis nos centros de zoonoses, canis públicos e similares de todo o estado de São Paulo.
Antes da lei ser aprovada, os animais eram covardemente mortos como forma de controle populacional. Após o resgate do animal, era estabelecido um período dentro do qual ele poderia ser adotado. Caso não encontrasse um novo lar, o animal, mesmo saudável, era morto. Com a sanção da lei, Pitty foi um dos muitos animais salvos do destino cruel do sacrifício.
Apesar de ter tido a vida poupada, a cadela não conseguiu encontrar, nestes dez anos, alguém que se compadecesse com a história dela e decidisse levá-la para casa para oferecer a ela uma família de verdade, que pudesse lhe dar o conforto e o carinho que uma pequena baia jamais poderá promover.
De acordo com informações contidas no perfil de Pitty no site “Eu Adoto no CCZ”, criado pelo próprio Centro de Controle de Zoonoses, a cadela, “após interação, torna-se dócil” e “aceita outros animais, porém necessita interação prévia”. De porte médio e pelagem curta de cor preta, Pitty é uma idosa que só quer ter uma oportunidade de viver os últimos anos de vida ao lado de um tutor que a ame.
Mais de 400 animais para adoção
Além de Pitty, outros animais esperam por um novo lar no CCZ de São Paulo. São mais de 400, entre cachorros, gatos, cavalos e porcos, segundo informações do site Ciclo Vivo. A maior parte dos animais não têm raça definida, o que faz, inclusive, com que sejam preteridos por muitas pessoas que, lamentavelmente, escolhem animais pela raça ao invés de adotá-los por amor.
O CCZ abriga também alguns animais portadores de deficiências físicas em busca de famílias sem preconceitos, que saibam que, independentemente das limitações que possam ter, eles merecem encontrar novos lares.
De todos os animais mantidos pelo centro, mais de 130 cachorros e gatos têm perfis no site criado pelo CCZ. No portal, constam informações sobre cada animal, como características físicas e de comportamento. É possível, ainda, fazer uma busca no site através de filtros, como sexo, cor, pelagem, porte e idade. Todos os animais são vacinados, castrados, vermifugados, microchipados e recebem tratamento contra pulgas e carrapatos, além de terem o comportamento avaliado de forma rotineira.
Como adotar
Além dos eventos de adoção promovidos pelo Centro de Controle de Zoonoses, é possível adotar animais diretamente no abrigo. O CCZ – localizado na Rua Santa Eulália, 86, em Santana -, está aberto para receber os adotantes de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados das 9h às 15h (não funciona aos domingos e feriados).
Para adotar, é preciso apresentar CPF, RG, comprovante de residência e levar coleira e guia, para cães, ou caixa de transporte, para os gatos. É necessário também pagar a taxa municipal referente à adoção, no valor de R$ 23. O animal será registrado em nome do adotante, que deve ter mais de 18 anos para realizar a adoção.
Antes de levar o animal para casa, no entanto, é preciso que o possível tutor seja submetido a uma entrevista, realizada por funcionários do CCZ. Na entrevista, é apresentado ao adotante animais que tenham um perfil que se encaixe melhor às condições da família que pretende adotar um animal. Ao ter a adoção aprovada, o tutor ainda recebe informações sobre guarda responsável e orientações a respeito do animal.
A adoção é um ato que deve ser feito de forma planejada, já que adotar um animal é assumir um compromisso definitivo. Independentemente das mudanças que podem ocorrer na vida do tutor, é importante que ele saiba que terá sempre que encontrar meios de incluir o animal, isso porque um animal é uma vida que não pode ser descartada como se fosse um objeto.
E assim como não são objetos descartáveis, animais também não podem ser considerados mercadorias passíveis de venda. E, portanto, não devem ser comercializados. Por essa razão, é necessário optar sempre pela adoção ao invés da compra, deixando para trás o apego a raças, que é uma armadilha do ego humano, para aprender que o que importa é o amor que o animal irá dar e receber e não as características físicas que ele possui.