Uma cadela morreu por causa do barulho de fogos de artifício no Engenho Novo, no município do Rio de Janeiro. A tutora, Christiane Neri, contou que o animal ficou mais agitado do que o normal ao ouvir os fogos. Após a soltura dos explosivos, Mila deitou no chão, quieta. Na manhã seguinte, ela estava morta.
Mila era tratada como filha. O desabafo publicado nas redes sociais por Christiane e o marido, Randel Silva, viralizou. Foram mais de 1,8 mil reações na publicação. O caso comoveu internautas, que se solidarizam com a morte da cadela.
O estresse provocado pelo barulho dos fogos pode, segundo o médico veterinário Fernando Ferreira, desencadear uma crise de pânico e ansiedade no animal.
“Isso pode levar à morte do animal, provavelmente por um distúrbio cardíaco ou um infarto, infelizmente. O que precisa é proporcionar ao animal um local confortável, um local onde ele se sinta acolhido, protegido de todo esse estresse que é causado pelos fogos de Ano Novo. E se possível, em algum momento, tentar fazer com que ele se acostume com o barulho estranho para que ele não sinta tanto, como aconteceu com essa cadelinha. É mais comum do que parece”, disse ao G1 o veterinário da Fazenda Modelo.
O veterinário indica que o tutor não tampe o ouvido do animal com algodão, já que não se tem conhecimento do tamanho do ouvido dele. E sedar animais sem o acompanhamento de um veterinário, de acordo com Ferreira, é completamente condenável, já que os coloca em risco.
A fabricação, comercialização e soltura de fogos que emitam som acima de 85 decibéis foi proibida na cidade do Rio de Janeiro. O prefeito Marcelo Crivella assinou um decreto sobre o tema, publicado no dia 28 de dezembro no Diário Oficial do Município, em edição extraordinária.
Especialistas alertam que o barulho dos explosivos acima do limite imposto é prejudicial para a saúde de animais e pessoas, havendo, inclusive, risco de perda auditiva irreversível.