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VIDA NOVA

Cadela Magali vence o câncer, 'bate o sino' e tutores fazem carreata para comemorar a vitória

25 de março de 2023
4 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

A cadela Magali, de dois anos, venceu um câncer e para comemorar os tutores bateram um sino – etapa que marca o fim do tratamento – e realizaram uma carreata. A labradora havia sido diagnosticada com um tumor maligno e precisou passar por cirurgia, além de 18 sessões de radioterapia.

“Nosso maior medo eram as anestesias durante esses 18 dias. Mas a força do amor e das orações de todos nos trouxeram a vitória!”, declarou a tutora de Magali, Thaís Câmara, de 27 anos.

De acordo com Thaís, após uma série de exames realizados em Guarujá, no litoral de São Paulo, no segundo semestre de 2022, Magali foi diagnosticada com sarcoma [tumor maligno] de tecidos moles em uma das patas. Segundo ela, o tumor tende a atingir o sistema nervoso, musculatura e ossos.

As 18 sessões de radioterapia foram realizadas na capital. Elas começaram no dia 17 de novembro e terminaram em 12 de dezembro de 2022. “Saíamos de casa de segunda a sexta-feira às 4h30 da manhã para o tratamento. Magali entrava às 8h da manhã na sala e era anestesiada para receber a radiação. Durante os 18 dias, às vezes ela saia mais caidinha, outros dias sem apetite, mas sempre com aqueles olhinhos felizes ao nosso encontro”, lembrou a tutora.

Foto: Arquivo pessoal

Carreata

A emoção pela última sessão foi tanta que Thaís e Fabrício Moraes, os tutores de Magali, organizaram uma carreata que partiu em buzinaço de Guarujá a São Paulo. O casal e Magali ganharam a companhia das três ‘irmãs de patas: Mel, Maggie e Maya.

“Enfeitamos o carro todo, foi incrível. Assim que entramos na rodovia as buzinas começaram. A cada buzina era impossível não escorrer uma lágrima. As pessoas batiam palmas e os motoqueiros acenavam comemorando com as mãos. Também passamos por uma blitz e os policiais bateram palmas para o nosso carro. Foi inesquecível”, relatou Thaís.

A tutora ressaltou que a comemoração não poderia diferente, pois, segundo ela, não foi fácil viajar diariamente, investir um valor ‘fora da realidade’, além da incerteza e do medo de não saber se Magali resistiria.

“A sensação de saber que aquelas idas para São Paulo chegariam ao fim era única. Além do nosso cansaço físico e mental, a Lili [como Magali é chamada] também estava sofrendo muito com os efeitos colaterais na patinha. Eu não consegui nem pegar no sono nesse dia [da última sessão]. Pedia para ela sempre aguentar firme, pois chegaria ao fim”, desabafou.

Foto: Arquivo pessoal

Pós-tratamento

Segundo Thaís, três meses após a conclusão do tratamento Magali passou novos exames que apontaram para a cura do câncer. “Magali está ótima! Não há vestígios da doença. Agora ela precisa ser acompanhada a cada seis meses. Ela segue sendo acompanhada agora na Baixada Santista, pelo oncologista Bruno Roque. No dia 14 de março de 2023 ‘batemos o sino da vitória'”, comemorou.

Especialista

O G1 conversou com o oncologista veterinário Bruno Roque, que acompanha a labradora desde o diagnóstico do câncer. Ele ressaltou que a pet fez uma nova tomografia em março para avaliar se tinha resíduo do tumor e não foi visto nada. “A partir daí nós ‘batemos o sino’ e demos a alta para a Magali. Ela segue em remissão [quando não se detectam mais células cancerígenas] e sendo apenas assistida”, contou.

O especialista ressaltou que o caso de Magali foi um câncer precoce, pois, segundo ele, a doença é mais comum em pacientes idosos. “O tempo é o principal fator colaborador para a manifestação dos tumores, junto com a exposição a substâncias externas denominadas carcinógenos”. Estas substâncias, segundo ele, são capazes de causar danos ao DNA.

O oncologista acrescentou que, assim como Magali, existem pacientes jovens com câncer e que não ficaram tempo suficiente expostos a fatores externos, o que, segundo Roque, pode ser explicado por uma mutação germinativa, ou seja, os animais herdaram uma genética que manifesta a aparição da doença.

“É relativamente comum também em casos de consanguinidade [pais com o mesmo sangue, como irmãos ou primos] em cães de raça. Os criadores fazem isso [o cruzamento] para aumentar o valor de venda e a procura pelos animais, mas não existe um melhoramento genético sem que haja uma piora em outras características”, pontuou.

Foto: Arquivo pessoal

Ainda segundo o veterinário, de uma forma geral, existe uma ‘grande incidência’ de câncer em animais domésticos. O profissional acredita que os casos podem estar relacionados ao aumento no cuidado com os animais. “Mais cuidado contribui para que os animais vivam mais, e junto com a idade avançada vem os problemas crônicos, entre eles o câncer”.

Roque ressaltou que a medicina veterinária evolui bastante em relação aos diagnósticos. “O número de câncer em animais aumentou, pois nós estamos diagnosticando mais. Cuidamos melhor e consequentemente observamos a estatística de doenças aumentando’, finalizou.

Fonte: G1

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