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RECOMEÇO

Cadela estuprada por idoso em praia no Rio de Janeiro ganha um novo lar: agora ela se chama Shoyu

18 de setembro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

Recuperando-se do trauma, a cadela estuprada por um idoso na Praia do Flamengo, Zona Sul do Rio, no último domingo (15), já tem um novo lar. Batizada de Shoyu, ela foi adotada por uma amiga de uma das testemunhas que flagraram o abuso. Defensores da causa animal lutam agora para resgatar os outros 13 animais que viviam na mesma casa que ela, uma cachorra e 12 gatos.

A nova tutora conta que foi amor à primeira vista. Moradora de Copacabana, a videomaker Tatyana Cordeiro diz que se ofereceu para ficar com a cadela temporariamente, mas resolveu adotá-la:

“Ela está bem agora, se recuperando e tomando alguns medicamentos. Ainda está com um pouco de sangramento nas partes íntimas, mas está sendo muito amada e querida no seu novo lar. A Jéssica, que presenciou a situação, é minha amiga, e, quando publicou o relato, me sensibilizei e me mobilizei muito para tentar achar um novo lar para ela e para os outros animais, mas acabei me apaixonando pela Shoyu e peguei para mim. Na veterinária, descobrimos que ele tem entre 2 e 3 anos”, conta Tatyana.

A videomaker pediu ajuda nas redes sociais para custear os remédios e vacinas que Shoyu precisa tomar:

“Já tive animais na casa da minha mãe, mas morando sozinha é a primeira vez. Divido apartamento, e minhas amigas também a acolheram. Pedi doações porque serão gastos que não estavam no meu orçamento, então toda ajuda é bem-vinda”.

Mobilização pelos outros animais

Preso em flagrante, o idoso foi solto na segunda-feira (16). Morador da Tijuca, ele declarou na delegacia que tinha outros 13 animais, um cachorro e 12 gatos. A delegada Luciana Ribeiro, da 12ª DP (Copacabana), onde o caso foi registrado, explica que o juiz aceitou a solicitação para a retirada dos animais do apartamento do suspeito, mas o resgaste ainda não foi programado.

Nesta quarta-feira (18), um dos advogados que auxiliam o grupo de voluntários da causa animal que está atuando no caso explicou o que está faltando para a retirada do animais na Tijuca:

“A juíza autorizou, mas está faltando a assinatura do mandado de busca e resgate dos 13 animais. Quando a juíza defere o mandado, ele vai para um servidor do cartório judicial para ser digitado. Depois, volta para a juíza e ela assina. Quando é assinado, vai para a central de mandados, onde estão os oficiais de Justiça, e assim é feita a diligência. Eu e outra advogada estamos pressionando o cartório para liberar isso o quanto antes, porque agora é mais uma questão de burocracia, trâmites dentro do cartório”, diz o advogado Bernard Batalha.

Membro do grupo de voluntários que se mobilizaram para o resgate dos animais, Gustavo Ungerer, idealizador do projeto SOS Pets , conta que foi protocolado um pedido na Secretaria municipal de Proteção e Defesa dos Animais para que os gatos sejam levados para o gatil do abrigo municipal Fazenda Modelo. Para a cadela, os planos são outros.

“O gatil da Fazenda Modelo é bom. Sou voluntário lá e é um bom local para os gatos aguardarem a adoção; já tem até gente interessada. Já o canil de lá é péssimo, então vamos pagar um abrigo temporário para a outra cachorra que também ainda está com esse cara. Entramos com um protocolo através do número 1746 e não recebemos retorno da secretaria para autorizar que a gente leve os gatos para a fazenda. Estamos tentando tirar os animais de lá para que não aconteça o pior”, diz Ungerer.

Em nota, a prefeitura informou que, até o momento, a Secretaria de Proteção e Defesa dos Animais não recebeu nenhuma solicitação de resgate desses animais. “A 12ª DP está à frente do caso. A prefeitura não tem poder de polícia para recolher os animais sem um mandato. A Fazenda Modelo possui toda a estrutura necessária para os cuidados de cães e gatos abrigados no município”, diz a nota.

Fonte: O Globo

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