Entre as quadras A64 a A66 latidos saem debaixo da terra e ecoam no único cemitério de Cianorte. Mas isso não é coisa do outro mundo. Acontece que esse foi o lugar escolhido por uma cadela para criar e abrigar sua ninhada de seis filhotinhos. A cadela já é famosa entre os trabalhadores do local e os visitantes. Zé Beatriz é um deles. Ele costuma visitar o jazigo da família e conta que já passou apuros no local. “Antes quando os filhotes eram mais novos ela avançava na gente”, relembra. Mas Zé é curioso e deixou de lado a visita, para acompanhar na busca dos inusitados moradores. Ocorre que eles não ficam apenas em um local, costuma migrar de túmulo em túmulo. Aparentemente aqueles que não guardam mais ossadas.
Um dos coveiros do cemitério deu um assovio e logo escutou os latidos e foi fácil localizar a matilha. Em um misto de medo, curiosidade, fome e busca de afeto, as cachorrinhas saiam literalmente de dentro da terra. Da cria de seis, o único macho foi adotado. As demais continuam a espera de um novo lar. De porte grande para médio, aparentemente são saudáveis, e com alguma dose de cuidado deverão ser ótimas companhias e “vigias”. Em seguida chegou a genitora, assustada, mas sem avançar em ninguém. Coberta de sarna, correu para dentro da cova. As filhotes devem ter mais de três meses, e como a mãe os alimenta a contragosto, sobrevivem daquilo que alguma boa alma deixa por ali.
Adoções A Organização Não Governamental (ONG), Amigos de Patas, esteve novamente no local na tarde dessa quarta (23), acompanhando uma equipe de TV. “A fêmea adulta precisa ser tratada contra sarna e castrada. Se isso for feito e se não houver quem a adote, já está de bom tamanho. Pois não adianta mandá-la para o canil, que já está cheio. Quanto às filhotes é importante que quem for adotá-las tenham consciência que serão de porte médio para grande”, destacou uma voluntária da ONG. Fonte: Tribuna de Cianorte