Cadela é resgatada depois de fugir e passar quatro meses em uma ilha
Homem ouviu os latidos quando estava próximo ao mar e encontrou a cachorrinha
8 de maio de 2022
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Uma cadelinha voltou para casa, em Itaipuaçu, Maricá, no estado do Rio de Janeiro, depois de passar quatro meses desaparecida. No dia 31 de dezembro do ano passado, Mel se assustou com os fogos de artifício e fugiu. Após quatro meses, ela foi resgatada por um homem próximo às Ilhas Maricás, que fica cerca de quatro quilômetros da praia de Itaipuaçu. As informações são da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Maricá (RJ).
A tutora da Mel, Cássia Oliveira, de 38 anos, contou que a cadela tinha o hábito de ir até a areia da praia perto de onde moram. Mesmo sozinha, ela sempre voltava pouco tempo depois. No Réveillon, a família não estava em casa quando a Mel fugiu e nadou até a ilha. “A gente ficou desesperada, procurando por ela em todos os lugares. Divulgamos no Facebook também. Onde falavam que ela estava, a gente ia, mas nunca encontrava. Na semana passada, nós recebemos uma mensagem de que ela tinha sido encontrada nas Ilhas Maricás. A princípio, a gente não acreditou”, disse Cássia.
Manoel Moura, mais conhecido como Manelzinho, de 60 anos, ouviu os latido ainda e encontrou o animal ainda em janeiro. Um colega de Manelzinho não acreditou na história. “Acharam que eu estava maluco, mas fiquei olhando e vi o cachorro, embaixo de um pé de cactos. Depois, meu colega também viu, mas a gente não conseguia chegar perto porque ele se escondia na moita de cactos, um lugar de difícil acesso. Como eu vou pra ilha quase todo dia, voltava e tentava chegar no cachorro, mas ele entrava mato a dentro. Aí eu deixava a comida e vinha embora. Esse cachorro chegou na ilha nadando! Isso não é história de pescador”, contou Manelzinho.
No dia 28 de abril, o homem contou à Secretaria de Proteção e Defesa Civil sobre a cadela que estava alimentando à distância na ilha e pediu ajuda. Após a avaliação, o guarda-vidas Carlos Alberto o acompanhou para tentar o resgate.
“O agente desceu do barco, procurou pelo cachorro e não achou. A comida estava toda lá e como não tinha urubu no local sabíamos que o animal ainda estava vivo. À tarde, outro pescador me ligou, avisando que tinha achado o cachorro, caído entre as pedras, ainda vivo. Acionei o guarda-vidas de novo e ele me deu todo apoio. A gente voltou lá e resgatou o cachorro”, explica.
Dayana Abreu, 33 anos, é filha de Manoel e o aguardava na praia para ajudar. Ela e o guarda-vidas levaram a Mel até a veterinária mais próxima. “Vimos que ela estava desidratado e corria risco de morrer. Na mesma hora, levamos à veterinária. Não tínhamos nenhum real no bolso, mas fomos muito bem recebidos. Colocaram ela no soro e prestaram os primeiros socorros. Foi quando descobrimos que era fêmea. Ela ficou internada e quando voltei lá, no dia seguinte, o Fabio, um funcionário do local, disse que tinha reconhecido a cadela e que a família estava atrás dela”, comentou Dayane.
Apesar dos ferimentos, Mel não sofreu nenhuma lesão grave, apenas um problema no rim por ter ficado muito tempo sem água. Ela recebeu alta na última terça-feira (3) e já está se recuperando e descansando em casa. Cássia falou sobre a emoção de reencontrar a companheira na veterinária. “Foi uma emoção enorme. A gente estava sofrendo muito durante esse tempo que ela ficou desaparecida. Por isso, nos emocionamos muito. Parecia que ela queria chorar também, mas estava muito fraquinha.”
O secretário de Proteção e Defesa Civil, Fabrício Bittencourt, comentou sobre a surpreendente história e parabenizou os envolvidos. “A equipe fez contato comigo e lógico que eu autorizei o resgate. Trouxeram o animal para a praia em estado bem debilitado, quase na fase final da vida. Essa história tornou-se bastante emocionante, principalmente por ela ter se recuperado, pelo tempo do desaparecimento e o reencontro feliz. Parabéns a todos os envolvidos por essa ação do bem”, concluiu.