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Cadela é baleada após entrar em casa de policial civil

11 de junho de 2009
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Temendo por sua família, o escrivão da Polícia Civil José Roberto Silva Lopes, 44 anos, baleou na manhã desta quinta-feira uma cadela da raça boxer que havia entrado em sua casa, situada em um condomínio horizontal na Avenida da Serraria, na zona sul de Porto Alegre. Estavam no local as filhas do policial, Roberta, de 13 anos, e Juliana, 5 – além de uma colega da última, também de cinco anos. Emergencialmente, elas foram levadas pela mãe, a cabeleireira Círia Almeida Lopes, 44, para o segundo andar da residência.

– A gente ouve falar tanto dessas histórias de cachorro que mata crianças – explicou Círia.

O policial ficou sozinho com o animal. Para tentar afastá-lo do interior da casa, jogou água duas vezes. Na segunda, afirmou que a cadela rosnou e avançou. Ele disparou duas vezes, atingindo uma pata.

– A porta estava aberta e ela entrou. “Tira as gurias daqui que é um pitbull”, gritou minha esposa. Eu sou pós-graduado em gestão da segurança. A arma é sempre a última alternativa. Quando atirei, mirei na pata. Ela não morreu, ficou andando pela casa, que ficou toda ensanguentada – contou Lopes.

Depois dos tiros, o policial comunicou o delegado ao qual responde. A seguir, o dono da cadela apareceu.

– Ele recolheu o cachorro. Só cobrou que eu atirei nele, não pediu desculpas. Disse que vou responder pelo que fiz – relatou o escrivão.

O contador Davi Celso, 33, tomou sua cadela Margo, de três anos, e encaminhou-se ao seu carro para procurar ajuda veterinária. Ele observou que um tiro acertou a pata esquerda do bicho, na pele entre os dedos. Celso revelou estar “completamente perplexo” com a reação do policial.

– Acredito que não precisava atirar. Pega e tranca ela em algum lugar.

Celso, que mora perto da casa do policial, não estava em casa desde ontem à noite, quando foi à casa da mãe. Lá, recebeu uma ligação de Lopes, avisando que a cadela estava solta. No caminho, em outro telefonema, o escrivão informou que Margo tinha sido baleada, conforme o contador. Celso garantiu que “nunca houve algo semelhante”. O policial argumentou que a cadela atacou outros moradores antes de entrar em sua casa.

– Não é que ela seja um animal agressivo. Ela foi criada sempre acorrentada.

Marley e Eu

No quarto de Roberta, o livro Marley e Eu, sobre a vida de um homem e seu cão, e Kimi, a cadela yorkshire de estimação da família, revelam o apreço da menina pelos animais. Mas isso não serviu para diminuir o nervosismo da garota após o susto.

– Ouvi os barulhos dos tiros e latidos. Pensei que ela poderia atacar alguém – falou, com a voz chorosa.

O pai demonstrava preocupação com Roberta.

– Ela está traumatizada. Disse que queria ir embora daqui – salientou Lopes, enquanto limpava o sangue de Margo espalhado pelo chão da casa.

Fonte: Zero Hora

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