A cadelinha Lara sempre viveu em situação de rua e recebia comida, água e abrigo de moradores nos dias mais frios. Recentemente, enquanto dormia em uma calçada junto com outros cachorros sem lar, ela foi atropelada e morreu. Indignados, moradores tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança que mostram que não foi um acidente. O motorista de um Audi atropelou a cachorra propositalmente. Lara ficou presa entre as rodas e o motoristas fez manobras para se livrar do corpo do animal e foi embora.
O episódio cruel ocorreu no dia 26 de janeiro em Bangalore, na Índia, e mobilizou moradores, ativistas e até mesmo celebridades indianas. Eles conseguiram pressionar as autoridades para a identificação do motorista, que foi preso e multado. O criminoso responderá por crueldade contra animais e também por desrespeitar o Código Penal Indiano. As imagens que mostram o crime serão usadas como provas no julgamento, além do testemunho de ativistas e cuidadores da cadelinha sem raça definida.
A morte da cadela assustou até mesmo aqueles que não atuam em defesa dos animais. Formando uma grande correndo do bem, a maior parte dos moradores, inclusive os que não conheciam Lara, ajudaram a custear um grande e belo funeral para a cachorrinha no crematório animal Sumanahalli, em Bengaluru. Atores e políticos foram ao local prestar condolência aos voluntários que cuidavam do animal, prometendo ajudar na luta para o agravamento de penas em casos de maus-tratos.
Durante o funeral também foi realizado um protesto pacífico que contou, inclusive, com a presença de crianças que pediam maior compaixão pelos animais em situação de rua. “Acidentes acontecem, mas, neste caso, o cachorro foi atropelado deliberadamente. Não poderíamos tolerar esse ato. As leis sobre animais não são rígidas em nosso país. O acusado pode pagar uma pequena multa. A empatia não é apenas para os seres humanos, deve existir também para os animais”, disse um morador.
Infelizmente, o caso de Lara não é o primeiro episódio de atropelamento proposital de cães na região. Em 2021, um ex-policial e seu filho passaram por cima das patas de um cãozinho que estava deitado na rua. O animal agonizou e morreu quatro meses depois. No país, a taxa de condenação para crimes de maus-tratos é baixa, apenas 5%.