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NOVA FAMÍLIA

Cadela albina que não ouve, nem enxerga, é adotada depois de ter sido abandonada duas vezes

Pérola foi abandonada duas vezes no mesmo dia. ONG enfrentou dificuldades em conseguir para ela um lar, por conta dos cuidados extras que ela necessita.

12 de julho de 2022
5 min. de leitura
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Pérola foi adotada depois de ter sido abandonada duas vezes — Foto: Bernadete/Arquivo Pessoal
Pérola foi adotada depois de ter sido abandonada duas vezes — Foto: Bernadete/Arquivo Pessoal

Pérola é albina e nasceu sem enxergar ou ouvir. Depois de ter sido abandonada duas vezes no mesmo dia com um corte na cabeça e passar meses em um abrigo da ONG Vira-Lata, Vira Amor, em Cacoal (RO), a cadela finalmente encontrou um lar cheio de amor.

“Foi amor à primeira vista. Ela é linda por fora e por dentro”, conta o casal de tutores, Bernadete e Paulo Sérgio.

Abandonada duas vezes

Marília Santos, representante da ONG, contou ao g1 que em novembro de 2021 uma pessoa pediu ajuda alegando que tinha encontrado uma cadela próxima a uma rodovia, desnorteada. Como na época o abrigo estava em superlotação, eles se disponibilizaram a publicar nas redes sociais e encontrar um possível dono.

“Não demorou nem 30 minutos, a pessoa pegou a cadela, colocou no abrigo e simplesmente deixou lá, ignorando o que a gente tinha pedido. Amarrou a cadela lá e deixou. Ela foi abandonada duas vezes no mesmo dia”, relembra.

Comovidos, os voluntários do abrigo levaram a cadela até um veterinário. Ela estava com um corte grande na testa que precisou de pontos. Lá, os médicos também perceberam que ela é albina e nasceu sem ouvir nem enxergar.

De forma emergencial, os voluntários construíram um espaço especial no abrigo para a cadela – inicialmente nomeada de Branca.

“Além da baia dela ser acolchoada, a gente tinha que colocar a ração bem pertinho, pra ela entender. No começo ela ficava muito agitada porque não sabia o que estava acontecendo, aí a gente passava a mão pra ela sentir o cheiro e entender que estava tudo bem. Conforme passou o tempo, foi ficando muito mais fácil. Ela sabia sair e voltar tranquilamente”, conta Marília.

Por conta da necessidade de cuidados especiais que a Branca necessita – como evitar ao máximo ficar no sol – a ONG relata que encontrou muita dificuldade em encontrar para ela um lar.

“O pessoal ia no abrigo, gostava dela, achava ela linda, mas ficava com o pé atrás em relação a adotar. Todo mundo gostava dela, mas não ao ponto de adotá-la”.

 

Novo lar

Bernadete e Paulo Sérgio com a Pérola — Foto: Arquivo pessoal

Bernadete e Paulo Sérgio já tinham adotado outros animais do abrigo. Quando eles viram a Branca, ficaram apaixonados e decidiram levar ela para casa, inicialmente para fazer um teste, que ela passou muito facilmente.

“No começo ela ficou arisca. O pessoal falou pra eu dar a mão pra ela cheirar, porque ela não enxerga, então eu acho que ela deve ter sofrido muito. Qualquer pessoa que chegasse perto ela já ficava com medo. E aí eu comecei a dar carinho pra ela, hoje ela é meu grude”.

A cadela conseguiu conquistar toda a família dos novos tutores. Em um grupo de WhatsApp, eles fizeram uma competição: quem escolhesse para ela o nome mais original ganharia um prêmio. E foi assim que Branca se tornou Pérola.

“Na verdade é o seguinte: quem não adotou ela, não sabe o que perdeu. Essa cachorra, por ela não ter visão e nem ouvir, ficou muito sensível ao toque. Então ela não tem um pingo de agressividade, ela é muito dócil”, comentou Paulo Sérgio.

Agora, a única “dificuldade” que a Pérola enfrenta é o ciúmes das outras quatro cadelas e de uma gatinha que o casal de tutores tem.

“Ela é MA-RA-VI-LHOSA. Ela já conhece tudo aqui, todos os cantos. E as minhas cachorras morrem de ciúmes dela, porque a gente dá muita atenção pra ela, muito amor, muito carinho”.

Fonte: G1

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