Cachorros que viviam em um abrigo no estado australiano de Nova Gales do Sul foram mortos a tiros para que não fossem levados para outra instituição de proteção animal na cidade de Cobar, na Austrália, de onde saíram para os lares de suas novas famílias. A decisão de matá-los, segundo o governo local, teve como objetivo impedir que voluntários do abrigo de Cobar se deslocassem até Nova Gales do Sul, o que poderia aumentar as chances de transmissão da Covid-19.
Os australianos que iriam adotar os animais ficaram indignados com a decisão do governo, que poderia ter optado por reforçar as medidas de proteção ao coronavírus ao invés de condenar os animais a uma morta cruel e injusta, tirando-lhes a chance de serem felizes em novos lares.
Um porta-voz do governo afirmou, segundo o jornal português JN, que a medida visava “proteger os funcionários e a comunidade, incluindo a população mais vulnerável, do risco de transmissão da covid-19”. Segundo ele, autoridades investigam se leis de proteção animal foram desrespeitadas.
Ativista pelos direitos animais, Lisa Ryan é próxima de uma família que adotaria um dos cães. Arrasada, ela se posicionou contra a ação do governo em entrevista concedida ao jornal “The Sydney Morning Herald” e pediu que o caso seja investigado com urgência.
“Estamos profundamente angustiados e chocados com este tiroteio e rejeitamos esta inaceitável justificação da administração municipal de que esta matança foi, aparentemente, feita de acordo com um plano seguro da Covid-19”, criticou Lisa.
A matança de cães gerou ainda mais indignação por conta de um comunicado feito pelo governo local em julho, quando decidiu-se que os abrigos manteriam-se abertos e que, apesar do confinamento, os funcionários poderiam se deslocar pela rua e famílias teriam o direito de adotar animais.
“Os abrigos locais são financiados pelas comunidades e está claro que matar animais perdidos ou sem-abrigo não corresponde às expectativas da comunidade”, protestou Lisa Ryan.