Um estudo publicado na edição desta terça-feira da revista “Current Biology” afirma que cachorros que demonstram sinais de ansiedade quando deixados sozinhos também apresentam um comportamento que pode ser classificado como “pessimista”.
Na experiência conduzida por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, potes de comida foram deixados em dois cantos de uma sala. No canto “positivo”, o pote estaria cheio, enquanto que no canto “negativo” ele não conteria alimentos. Numa etapa posterior, potes foram deixados em posições intermediárias. Os cientistas verificaram, então, que os cães “otimistas” corriam em direção aos potes onde quer que eles fossem colocados. Já os “pessimistas” demoravam mais e mostravam sinais de ansiedade quando deixados sozinhos.
– Sabemos que o estado emocional das pessoas afeta seu julgamento e que pessoas felizes tendem a julgar positivamente situações ambíguas. O que nosso estudo mostrou é que isso também acontece com os cachorros. Um cão que vê um “copo meio cheio” tem menos chances de ficar ansioso quanto deixado só do que um como um natureza mais “pessimista” – conta o professor Mike Mendl, chefe do grupo de pesquisas sobre comportamento animal da universidade.
Segundo os pesquisadores, cerca de metade dos cães britânicos apresenta comportamentos indesejados quando separados de seus donos, como latir constantemente, sujar a casa ou destruir objetos. Eles defendem que estes animais poderiam se beneficiar de eventuais tratamentos ou de uma conduta mais adequada de seus donos.
Alguns tutores acham que cães que se mostram ansiosos com a separação estão bem e não procuram ajuda. Esta pesquisa mostra que pelo menos alguns destes cachorros sofrem com condições emocionais negativas e seus tutores devem buscar ajuda como forma de minimizar os casos de abandono – diz Samantha Gaines, vice-presidente da Real Sociedade Britânica para a Prevenção da Crueldade contra os Animais.
Fonte: G1