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Cachorros abandonados ganham novo lar em abrigo, em Jaboatão dos Guararapes (PE)

31 de julho de 2011
3 min. de leitura
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O caminho esburacado e sem calçamento da Estrada Eixo da Integração, no bairro da Muribeca, Jaboatão dos Guararapes (PE), no Grande Recife, leva ao lar de 108 simpáticos – e também enérgicos – moradores. Lessie, Bob e os outros cãezinhos do Abrigo da Dôra são os alvos da dedicação integral da professora aposentada Maria Auxiliadora Florêncio, ou Dôra, como é conhecida.

Desde os oito anos de idade, Dôra cuida de animais em sua própria casa. Com três graduações completas e uma interrompida no terceiro período, a responsável pelo abrigo se sente mesmo realizada mesmo é cuidando de seus cachorros.

Foto: Vanessa Silva/ NE10

Para ela, os animais representam mais que simples amigos. “São minha família, minha companhia, meu tudo”, diz, com orgulho. No quintal espaçoso, mas improvisado, os cãezinhos fazem a festa. Eles são reis absolutos da vida de Dôra, que há cinquenta anos se dedica à causa de recolher e cuidar de animais abandonados pelas famílias.

O abrigo se mantém com a colaboração de cinco voluntárias fixas. Elas coordenam as doações de ração, remédios e demais mantimentos que a casa precisa para cuidar bem dos hóspedes. As voluntárias também passaram a articular a adoção dos animais. Contra a vontade de Dôra, que por muito tempo se opôs à adoção por outros. Por ela, todos os animais ficariam sob seus cuidados até a morte. “A gente se apega, né? Também tenho medo que as pessoas peguem pra fazer maldade ou soltá-los na rua depois”, defende-se.

Veja mais fotos.

Para adotar um cãozinho do abrigo, é necessário preencher um cadastro, com nome, RG e CPF. As voluntárias organizam também uma visita à casa do tutor, agindo como assistentes sociais. Depois de adotados, os cachorros podem ser recolhidos de volta caso os novos tutores não cuidem adequadamente dos animais.

Manutenção

Por mês, Dôra gasta cerca de uma tonelada de ração para alimentar toda a matilha. Não há doadores fixos, mas a aposentada garante que não faltam alimento nem remédios. “Pode faltar pra mim, mas não falta pra eles”, garante. Os R$ 1.340 que ganha com sua aposentadoria Dôra investe praticamente 100% no abrigo.

Com os anos de experiência, Dôra diz haver aprendido a vermifugar e tratar das doenças que acometem os animais. Apesar disso, diz que sente muita falta de um apoio profissional. “Seria muito bom se médicos veterinários pudessem vir aqui de vez em quando e dar uma olhadinha neles”, disse.

No canil, a grande preocupação das voluntárias e também de Dôra é o vírus da cinomose, que tem acometido grande parte dos cães do abrigo. A doença provoca o rebaixamento do quadril dos animais e é transmitida facilmente de um cachorro para outro. Para evitar que continue acontecendo, Dôra está reformando o quintal, construindo canis separados para machos, fêmeas, filhotes e adultos.

Questionada sobre o trabalho que dá para gerenciar todo o espaço, a ex-professora é enfática: “Nenhum. Não dá trabalho nenhum fazer aquilo que a gente gosta e eu faço isso tudo com muito amor”. Amor, aliás, foi a palavra que Dôra mais repetiu durante a entrevista. Observá-la por um mínimo espaço de tempo que seja entre seus “meninos” é suficiente para comprovar este sentimento.

Doações

Para ajudar o abrigo da Dôra, basta entrar em contato com uma de suas voluntárias, por telefone ou redes sociais. O email da casa é [email protected]. Há também uma página no Facebook e uma conta no Twitter: @abrigodadora.

Serviço

Contatos:

Dôra – (81) 9452.2746
Suellen – (81) 8703.7953
Gildineide – (81) 8790.3675
Janice – (81) 9990.8042

Fonte: Ne10

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