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Cachorro vítima de maus-tratos sofre com a negligência do atendimento público

6 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Nesta sexta-feira (04) foi  comemorado o Dia Mundial dos Animais, um dia dedicado para celebrar todas às formas de amor aos bichos. A data também é marcada por ser o Dia de São Francisco de Assis, amante da natureza e padroeiros dos animais.

Infelizmente, notícias de maus-tratos também são registradas neste dia, como é o caso do cachorro Scooby, de três anos, que teve os olhos perfurados na madrugada desta quinta-feira (03), no bairro Parque Mão Santa, zona Leste de Teresina. Sua tutora, que prefere não se identificar, com medo de represálias, diz não saber o que teria motivado tamanho ato de crueldade.

“Como que uma pessoa tem coragem de fazer isso com um animal indefeso e que não faz mal a ninguém?”, indagou a mulher. Segundo ela, há suspeitas de quem teria cometido o crime, porém, como não há provas contra o agressor, nada pode ser feito. “A gente não pode acusar ninguém, porque não vimos quem fez isso, mas imaginamos quem foi”, pontuou a dona de casa.

Desde o ocorrido, na madrugada de ontem, o pequeno Scooby não tem conseguido se alimentar. Além dos olhos perfurados, o animal teve a boca e cabeça feridas, o que tem gerado muita dor ao cachorro, deixando-o debilitado e sem ânimo.

“Ele não tem conseguido comer desde o acontecido. Já fiz papinha, ofereci leite com pão, mas ele não come. Fica deitado, no cantinho dele. Eu preciso de ajuda, senão ele vai morrer”, lamenta a mulher com a voz embargada.

Empurra-empurra

A dona de casa, que possui um restaurante em sua residência, explicou ter alimentado o animal como de costume, por volta das 3h da madrugada. Ao amanhecer, a mulher se deparou com Scooby em um canto do quintal de sua residência, e percebeu que os olhos do cachorro estavam perfurados.

“Quando eu abro a porta ele sempre vem ‘falar’ comigo, mas nesse dia ele ficou acuado, e então quando cheguei perto o vi todo machucado. Eu entrei em pânico e comecei a chorar”, relatou a tutora do animal, explicando que assim que limpou o cachorro, se direcionou ao Distrito Policial da região para prestar queixa contra os maus-tratos sofrido por seu cão.

A mulher contou que, chegando ao DP, foi informada que nada poderia ser feito e foi orientada a procurar o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Lá, funcionários explicaram que aquele tipo de procedimento não era de sua competência e a encaminharam-na ao Zoológico de Teresina, que também disse não poder realizar tal atendimento, sendo direcionada a procurar o Centro de Zoonoses.

“Quando cheguei lá, me informaram que não poderiam fazer nada, que eu deveria fazer uma denúncia do caso e matar meu cachorro. Eu não quero denunciar, eu só quero salvá-lo, mesmo que fique cego”, explica a mulher, emocionada.

Um dos servidores do Centro direcionou a dona de casa a entrar em contato com a Apipa (Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais). A tesoureira da ONG, Isabel Moura, que atendeu o caso, disse que a Instituição ajudaria com os medicamentos e cuidados clínicos do animal.

“A prioridade agora é o animal! Vamos dar toda atenção a ele com o tratamento, e para isso, também pedimos a contribuição da sociedade. Vamos acionar nosso advogado para ver o que pode ser feito, já que não há provas contra quem tenha praticado o crime”, explicou Isabel Moura.

A protetora lamentou o que ocorreu com o cachorro Scooby e reforça que a criação de uma delegacia especializada seria indispensável. “Recebemos, em média cinco denúncias de maus-tratos por dia e isso é muito. Infelizmente o Ministério Público diz que não há muita demanda e por isso da não necessidade da criação da delegacia”, relatou.

Fonte: Portal O Dia

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